Nada vulgar nem comum o adjectivo “egrégios”, escolhido pelo Autor para caracterizar os “Avós” de antanho! Célebres, ilustres, inesquecíveis — quis considerar Henrique Mendonça — os Antepassados Portugueses que marcaram a nossa História! Poucos serão os Portugueses que empregam aquele adjectivo, excepto quando lêem ou cantam o seu e nosso HINO NACIONAL.
A propósito deste hino nacional, julgo conveniente, cultural e sempre oportuno, recordar um pouco a sua génese. Antes de ser adoptado como Hino Nacional (1910 – Implantação da República), esse poema patriótico chamava-se “A PORTUGUESA” e tivera, como autor da letra, o poeta português Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931) e, como compositor musical, o português Alfredo Keil (1850-1907).
A génese desse poema-canção “A PORTUGUESA” fora motivada pelo, tristemente célebre, “ULTIMATUM” inglês, sobre as nossas Colónias africanas (1890).
Portugal inteiro tremeu de indignação e protesto contra semelhante afronta, que ia fazendo grandes estragos na velha aliança Portugal-Inglaterra…
Foi nessa altura de indignação nacional, que o nosso grande poeta e Escritor Henrique Mendonça e o compositor Alfredo Keil se uniram na feliz criação de “A PORTUGUESA”, acima referida.
É na segunda quadra desse patriótico poema-canção que aparecem as palavras: Entre as brumas da memória, ó Pátria, sente-se a voz dos teus egrégios avós, que há-de levar-te à vitória!…
Na lama dessa canção, respira-se um grande incitamento à recordação de Portugueses ilustres que, no seu tempo, defenderam e valorizaram as honras e brios duma Pátria-comum — Portugal!
Não apenas quando lemos ou escutamos, ou cantamos o nosso Hino Nacional, mas sempre, saibamos — todos nós — escutar e sentir esse patriótico incitamento à “Vitória” a que nos levará o nobre exemplo dos nossos “egrégios Avós”! Será uma vitória de Irmãos — filhos da mesma mãe Pátria, os quais devem-se reconhecer como tais (irmãos) darem-se as mãos sem agressões fratricidas, em prol do Bem-comum e sem confundirem Fraternidade com Igualdade, nem Democracia com Amor Pátrio, nem Partidarismos com Defesa da Verdade…!
Não desmereçamos dos “Egrégios Avós”…!