«A nossa irreverência construtiva tem tomado sempre como base a perfeição e o bem-estar deste povo mártir. É nisto que consiste tanta atenção e tanto envolvimento de zelo e compostura. Neste deslumbramento, nunca pretendemos ser panegiristas ou a fina flor desta terra em termos de superioridade…»
Laurestim R. Fernandes
Escreveríamos em jeito de prefácio à mais recente obra de Laurestim Rodrigues Fernandes, «DE M, MINHA TERRA, MEU AMOR: ANTOLOGIA DOS NOTÁVEIS», que essa era a nossa maneira mais justa de retribuirmos o sentido da procura em fazermos amizade com as pessoas que são superiores no carácter e na ética, inteligentes e sábias, conferindo-lhe, ao mesmo tempo, a forma e a acção confuciana de evitar aquelas que são licenciosas, faladoras e fúteis. Aqui, a justiça das nossas palavras foram no sentido da virtude platónica e da justiça cívica em Aristóteles como uma “disposição para realizar acções que produzem e conservam a felicidade, e os elementos desta, para uma comunidade política”. É aí que se situa a maneira de SER e de ESTAR em Laurestim Rodrigues Fernandes: pela justiça correctiva, que respeita às transacções entre indivíduos e que se conforma com o princípio de igualdade; e pela justiça distributiva que aplica o princípio de proporcionalidade na repartição das vantagens e das honras em função dos méritos de cada um.
O momento vivido e sentido nas cerimónias de encerramento das comemorações das Bodas de Ouro (1968-2018) da criação da freguesia de Dem, pelo Decreto-Lei n.º 48590, de 26 de Setembro de 1968, até então lugar, agregado às freguesias de Orbacém e Gondar, onde houvera nascido Laurestim Rorigues Fernandes, a 08 de junho de 1942, não poderia ter melhor exaltação comemorativa do que o legado por si deixado através desta sua prazerosa obra, expressão viva deste Homem de bem – enquanto aquilo que é útil à realização de um fim superior –, de carácter e eticamente bem formado, que bem cedo, nas suas 15 e 17 translações, depois de conseguido o diploma da 4ª classe com distinção – que, tendo em conta o rigor dos exames, só mais dois ou três o conseguiram –, bem demonstrativo da sua determinação e tendência para os estudos e progresso do seu rincão, e deambulante por terras alfacinhas, já defendia, a letra de imprensa, os interesses do povo e da terra que o viu nascer, nomeadamente nos “Diário de Notícias”, “Primeiro de Janeiro” e “Comércio do Porto”, onde defendeu intransigentemente a população de Dem, em vários assuntos, que ora, dado o seu esmero e determinação, sem regatear esforços ou sacrifícios (e foram muitos), pouco importa referir nestas poucas linhas, a que estamos condicionados.
A «Dem: Minha Terra, Meu Amor…», acresce a necessidade, vincada e vigorosa, de manifestar o seu amor à Terra que o viu nascer e crescer (Antologia dos Notáveis), com a certeza, como ele mesmo expressa, de jurar com fidelidade e um espírito de convicção extrema, seguir a rota, indiferente a tudo, desbravando caminhos inóspitos e correndo riscos que pareciam intransponíveis – corroboramos das suas palavras. Só assim podemos definir Laurestim Rodrigues Fernandes: humilde, discreto, compreensivo, singular, mas corajoso
e audaz no processo de desenvolvimento das causas em que acredita e defende, porque imanente do humanismo e ética, em si, enquanto SER constituinte, suporte de atribuição dos predicados assentes na fé, esperança e coragem construtiva. Condução preconizada a favor do Povo que merece a felicidade e o progresso pelo qual sempre tanto e tanto lutou… disse.
Nota máxima!
Nota: – Esta crónica, por vontade do autor, não segue as regras do novo acordo ortográfico.
Porfírio P. da Silva