Emboscada ao presidente

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A exemplaridade da conduta cívica e humanista do sr. Presidente da República, relativamente a situações sociais problemáticas existentes no país, não deveria oferecer dúvidas a ninguém, já que estamos perante uma personalidade que dá um profundo exemplo de solidariedade e que, por ser o Presidente de todos nós, deve merecer não só o nosso respeito, como também servir-nos de exemplo no mundo conturbado e egoísta em que vivemos.

Desde há algum tempo que as televisões do país nos vêm oferecendo um espetáculo degradante  –  não um espectáculo  –  ao tentarem assar no espeto o nosso Presidente, por causa de uma alegada “cunha” no caso das meninas luso-brasileiras que foram tratadas pelo SNS, com custos acima dos quatro milhões de euros. Fizeram-lhe uma emboscada, com grupos de assalto e de detecção à frente e à rectaguarda, constituídos por profissionais do audiovisual e, ainda, por comentadores, que, na zona de morte da opinião pública, tentaramm abatê-lo a qualquer custo sem, no entanto, o conseguirem, mas gerando anátemas injustos sobre o mais alto magistrado da nação, o que constitui uma falta de respeito atroz! Com o passar dos dias, as coisas evoluíram mesmo para um espectáculo visando a descoberta de outros intervenientes, e todos somos espectadores nesta arena mediática.

Não me vou deter no caso das crianças, porque a Justiça assumiu a responsabilidade de o esclarecer à opinião pública. Contudo, parece-me adequado discernir um pouco sobre o que leva alguns órgãos de comunicação social e seus agentes a serem tão proactivos e vorazes no tratamento de notícias de há quatro anos ou mais, e o interesse que isso poderá suscitar para o comum dos cidadãos. Que lucram com isso? Maiores audiências? Mais dinheiro? Ou não será, antes, o prazer sádico de queimar em praça pública alguém social e politicamente relevante? Tenho para mim que tudo isto não passa de uma acção persecutória contra o sr. Presidente da República, que não tem razão de ser, mas que uma pura jornalista classificou como um caso muito sério, simplesmente para se evidenciar.

Pretendem estes heróis obter provas de uma eventual cunha do sr. Presidente da República. Pessoalmente, não acredito que, na posição de mais alto magistrado da nação, tenha sequer equacionado essa possibilidade, visto que seria uma pressão desaconselhável, embora não viesse mal nenhum ao mundo, considerando que estava em jogo a vida de duas crianças de tenra idade. Por outro lado, tendo em conta a atitude dos pais das crianças, lutando por todos os meios para salvar as filhas, não pode ser censurável o seu comportamento, pois é obrigação dos pais tudo fazerem para o efeito, ou então não as gerassem, porque não tiveram culpa de nascerem doentes.

Queira-se ou não, a cunha é praticamente uma instituição entre nós, e faz parte dos costumes  da sociedade. Não reconhecer isto é uma hipocrisia de todo o tamanho, porque em todas as profissões há o sistema da cunha, incluindo a comunicação social, onde não entram somente pela cor dos olhos nem por terem umas caras larocas, mas algo mais que fica à imaginação dos leitores. A democracia, ao contrário do que se poderia pensar, tornou-se o instrumento ideal para troca de favores e influências, e, todos os dias, somos confrontados com situações dessas. E eu acrescentaria que, desde que não prejudique terceiros, não vejo que isso constitua um grave problema.

Quando “cheira a esturro” cria-se um frisson entre os vários órgãos da imprense escrita e do audiovisual, para ver qual deles consegue dar a notícia em primeira mão e daí vir a tirar vantagens. Não tendo conseguido comprometer o sr. Presidente da República, viraram a agulha para o governo, e alguns partidos extremistas seguiram atrás como carneiros, todos à espera de comprometerem algum ministro da saúde ou secretário de estado, o que conseguiram lançando suspeitas sobre o Dr. Lacerda Salles. 

Temos uma imprensa que anda à procura de casos e casinhos para comprometer o vizinho e eu vejo nisto uma degradação moral e política, porque os partidos tudo aproveitam para se colarem às situações na expectativa de ganhar apoiantes. Só que a maior parte da opinião pública não quer saber disso para nada, porque se trata de má língua e maus instintos que não trazem pão para a boca.

Concluindo, diria que a nossa imprensa não curou de dar ênfase à recuperação da saúde das meninas gémeas  –  afinal foram duas vidas salvas num hospital do SNS com a intervenção de médicos portugueses  –  mas simplesmente atacar o nosso Presidente, porque teria metido uma cunha. O conjunto de jornalistas que tentou emboscar o Presidente, teve o que merecia, isto é, saiu-lhe o tiro pela culatra. Deviam ter vergonha!

Nota – O autor não segue a regra do novo acordo ortográfico.

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