Está prestes a fazer 165 anos. Em 15/12/1855 foi fundado por um grupo restrito de vianenses que tinha como objetivo editar um jornal diferente, ligado às populações, atento e crítico, pugnador de uma região mais desenvolvida e, particularmente, dando voz à ruralidade, através de correspondentes situados em boa parte das freguesias do concelho.
Foi na base destes conceitos que o “A Aurora do Lima” fez o seu incessante percurso, nunca claudicando, mesmo perante adversidades de peso, como foram as pandemias, as guerras mundiais; e as mudanças de regime no país, com o fim da Monarquia e a instituição da República e, posteriormente, a instalação do Estado Novo, até à revolução do 25 de Abril de 1974. Mesmo durante o regime salazarista, em que o seu Administrador, por perseguição política, esteve preso no forte de Peniche cerca de dois anos, este semanário, que em tempos se chegou a publicar três e duas vezes por semana, nunca deixou de chegar à mão dos seus muitos leitores.
“A Aurora do Lima”, de referência cimeira no panorama da imprensa regional, com relevantes serviços prestados ao Alto Minho e particularmente ao concelho de Viana, detentora do maior arquivo informativo do espaço que cobre, uma riqueza que obrigatoriamente tem que ser preservada, vai prosseguir na condição de semanário a que os vianenses se habituaram. A pandemia que agora nos assola, a que ninguém escapa, e que tanto enfraquece a débil economia do país, também nos toca, mas não nos fará parar, porque, para além de tudo, temos que respeitar a memória dos muitos que voluntariamente deram o seu abnegado contributo para que este jornal até aqui tivesse chegado. Assim como temos de preservar os postos de trabalho daqueles que diariamente aqui laboram.
“A Aurora do Lima” vai continuar, regularmente, a chegar aos seus leitores espalhados por toda a parte, aos vianenses, às aldeias e aos emigrantes, porque é essa a nossa obrigação. Estamos, naturalmente, com dificuldades, mas confiamos que os nossos assinantes e os nossos leitores em geral, bem como os agentes económicos que aqui publicitam a sua atividade, sem esquecer os colaboradores diretos e indiretos, saberão solidariamente estar connosco.
Tentaremos – e nisso estamos suficientemente confiantes – repor a normalidade na saída regular do nosso e vosso jornal com a brevidade possível. Temos tempos duros pela frente, mas a confiança e superação de adversidades são valores bem enraizados nesta casa. E mais uma vez vão prevalecer.
