Baseado no adágio “Gostos não se discutem”, nem se louvam, nem se condenam (embora alguns possam e devam ser despertados, alimentados, aperfeiçoados como dados valiosos da Cultura – wwnão apenas popular), eu digo franca e sinceramente: gosto muito, mesmo muito, do dito “fado de Coimbra”! Gosto dele mais ainda do que do fado lisboeta ou nacional.
Pela voz máscula!? Pelo timbre da guitarra!? Pelas tradições que o envolvem!? Pelas emoções que despertam nos cantores e nos ouvintes!? Pelo conteúdo substancioso e poético das Letras, atuais embora antigas !? Eu não sei. Apenas digo que gosto muito do fado coimbrão! Tenho algumas gravações; oiço-os sempre com agrado, ainda que mais desta ou daquela, cantadas por A ou B… Letristas, Compositores, Intérpretes são todos bons e admiráveis Artistas.
Seja-me permitido, aqui e agora, destacar um exemplo: o fado dito da “Samaritana”, no qual o fadista coimbrão Luís Marinho canta a narrativa lendária – também referida evangelicamente quanto ao encontro do diálogo entre uma Samaritana e um Judeu (Ela e Jesus) junto ao poço de Jacob, encontro e diálogo tão salutar mas causador de reparos e más interpretações de maldosos… Que belíssimo poema! Que interpretação maravilhosa de Luís Marinho! Que Psicologia-Aplicada ali vigoram!
Que pena não ver ali mais nada do que sinais de namorico e beijo ao serviço da Maldade…! Como se Amar e Beijar fossem crimes nefandos, desafinados do “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Eu gosto do fado “Samaritana”!