Se ninguém pediu para nascer, também a um qualquer assiste o direito de não querer viver. E se a vontade é do próprio, a ninguém assiste o direito de, contrariando-o, lhe prolongar a vida.
Pode haver mil e uma razões para impedir que uma pessoa morra, mas, nesta matéria concreta, nenhuma é superior à vontade e opção de cada um. Cada Ser humano deve ter o direito de viver o tempo que quiser, daí que quando ele entender que chegou o momento de partir em paz, esse desejo lhe deva ser consentido.
O direito à vida e o direito à morte são direitos inalienáveis de cada um e jamais devem ser questionados. Daí que a continuidade da vida não esteja dependente de ninguém e seja um assunto que nem deva ser discutido, porque a vida é nossa, e só a nós cabe decidir sobre a sua continuidade
Pensemos naqueles idosos que sempre tiveram uma vida de liberdade, foram independentes, e viveram a vida da forma mais conveniente; contudo, em determinado momento, sem consulta prévia, são forçados a viver em lares de terceira idade, em condições opostas aquelas que a vida lhes proporcionou. Ora, a maioria desses idosos, o desejo que mais sentem é a de partir deste mundo o mais célere possível.
Vejamos ainda o caso dos cidadãos doentes, que estão em sofrimento constante e que sabem que vão morrer, porque nada mais há a fazer por eles. Porém os médicos obrigam-nos a viver em padecimento, contra a sua própria vontade, quando devia ser o contrário, já que muitas dessas pessoas quer morrer em paz e sem sofrimento. Por isso, o médico apenas deveria receitar o medicamento indicado e deixar partir em paz quem em paz quer partir.
Concluindo, o que os políticos, os médicos, e a justiça, a todos os níveis, deveriam fazer era criar uma lei justa, sensata e equilibrada para, com a ponderação devida, ajudar a ter uma morte digna aos que o pretendam e assim terminar com o sofrimento.
Edgar Silva