No silêncio dum Lar, nos Arcos, Vila do Minho
Sentado numa cadeira, triste, pensativo,
Embora rodeado por um amor querido,
Merecias uma velhice melhor, com mais carinho.
Tiveste uma vida cheia, com muito sacrifício.
Conheceste todo o Mundo, um Senhor Turismo.
Trabalhaste como um mouro, ossos do ofício.
Pagaram-te com um desprezo, puro egoísmo.
Agora já velho e cansado, meu caro, meu irmão,
Sentes a revolta do Bem feito aos teus amigos,
Que te abandonaram, só. Não merecem teu perdão.
É que, no Mundo Cão, onde vivemos e morremos,
Ainda vive uma fauna humana, corja de vencidos,
Que se julgam importantes…
mas são pequenos!
Antero Sampaio