Instabilidade e falta de ética na política nacional

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Carlos Branco Morais

Após as eleições de há quase um ano, das quais saíram vencedores com maioria absoluta, os socialistas constituíram um governo concentrado na fidelidade ao seu líder, para gerir os abundantes fundos comunitários, que pairam no horizonte nacional até 2026, sem cuidar de saber da competência, credibilidade e capacidade dos seus membros para fazerem com que aqueles fundos se “precipitem” bem no país e sejam canalizados, adequadamente e sem desperdícios, para a “irrigação” financeira dos projetos mais potenciadores de desenvolvimento sustentável.

Ofuscados pela clareza dos resultados eleitorais e pela grandeza daqueles fundos comunitários, os governantes revelaram-se cada vez menos humildes e respeitadores da ética, olvidando-se dos cidadãos, sobretudo dos mais carenciados e dos que constituem a chamada “classe média”.

Uma pesada carga fiscal casou-se com uma inflação crepitante, gerando uma confortável almofada financeira, sobre a qual o Governo descansou, agravando as dificuldades a que os portugueses mais afetados pela crise estão sujeitos, mas gabando-se de governar para apresentar “contas certas” a quem abre a “torneira” dos fundos comunitários. 

Na passagem de ano, a conjuntura nacional tornou-se quase tóxica, o governo apresentou-se mais instável e frágil e alguma oposição ousou censurá-lo, na esperança de que o Presidente da República dissolvesse a Assembleia da República e convocasse novas eleições.

A crise, que se saldou por 13 demissões de membros do governo em pouco mais de 9 meses, revelou sinais de alguma erosão e degradação da democracia que o mais alto magistrado da nação entendeu não porem em causa o regular funcionamento das instituições.

Agora, assumidos os erros cometidos e prometida a sua correção, espera-se que acabe a sucessão de casos de instabilidade e falta de ética na política nacional.

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