Nas duas últimas semanas, o falecimento da Rainha e a entronização de Carlos III foram acontecimentos muito mediatizados na Europa. Não escrevendo, por isso, sobre eles, julgo, no entanto, oportuno relacioná-los com Lencastre, na Inglaterra, e a associação desta cidade a Viana, reavivando um pouco a nossa memória.
A relação entre Lencastre e o Alto Minho começou em 1386, quando o duque João, futuro rei de Inglaterra, e D. João I se encontraram, em Ponte de Mouro, Monção, para acertar o casamento deste com Filipa de Lencastre e, mais tarde, assinar o Tratado de Windsor que instituiu a aliança luso-inglesa, ainda em vigor.
Ao abrigo deste tratado, as ligações entre os portos de Lencastre e de Viana ter-se-ão mantido ao longo dos séculos seguintes. E, nos anos 80 e 90, estabeleceram-se relações formais entre as duas cidades, com troca de visitas para a sua geminação. Sendo o ducado de Lencastre herança pessoal do rei de Inglaterra, numa dessas visitas, pude comprovar a importância dos seus poderes e deveres, na corte inglesa.
Lencastre está consagrada na toponímia de Viana num arruamento, junto à rua de Recife, com vistas para o mar que nos une. Muitos portugueses continuam a passar pela sua prestigiada universidade, fundada pela Rainha, em 1962. E, no passado dia 9, o navio da marinha real britânica “Lancaster”, apelidado de “Fragata da Rainha”, fundeado em águas de Portugal, prestou homenagem a Isabel II, realizando tantas salvas quantos anos ela viveu.
A associação de Viana com Lencastre, ratificada em 1992, está lamentavelmente adormecida, há já alguns anos.
Exorto as edilidades destas cidades a reavivarem-na, prestando tributo à memória da Rainha e saudando o Rei Carlos III, também novo Duque de Lencastre!