“Jardim florido” versus “Esterqueira”!

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Nunabre

A Humanidade (de todos os tempos e latitudes), vista como um Todo ou Família-humana, é e foi sempre constituída por dois quadros contraditórios que podem resumir-se em “jardim florido” e “esterqueira”. Nestas duas imagens poderemos ver, metaforicamente e sem maniqueísmo ou dualismo exagerados, dois mundos-humanos de vivências contrastantes.
No jardim-florido, eu veria tantos seres-humanos (felizmente, a maioria!) que embelezam o Mundo com a sua solidariedade, altruísmo, amor-fraterno, que os levam a verdadeiros heroísmos a bem do Próximo: Bombeiros, Mergulhadores, Voluntários, Médicos, Enfermeiros, Am-bulâncias, Ofertas valiosas em ações e bens materiais. Forças da Ordem, Políticas pró Bem-Comum, Palavra escrita e palavra direta, eu sei lá…! Pensemos em Incêndios, Inundações, Tragédias, Derrocadas, Cataclismos, etc., contra os quais autênticas flores humanas tudo fazem para salvar vidas, preservar Bens, evitar mortes, consolar tristes…! Pensemos, por exemplo, no que aconteceu recentemente nas minas da Tailândia, em Portugal, Grécia, Suécia, etc., etc. … Que maravilhosa solidariedade de altruísmo-puro e amor-fraterno! Tudo isto eu vejo simbolizado no “jardim florido” do título desta crónica !
Contrastando, porém, com esse jardim – que atrai, seduz, embeleza e salva, não faltam, infelizmente, por aí, maus cheiros de “esterqueiras humanas”…! Se o meu prezado Leitor desconhece o significado de “esterqueira” (rima de esterco), ou estrumeira, que é sinónimo (rima de estrume) pergunte aos mais idosos de qualquer aldeia modesta, pois logo lhe dirão tratar-se de rimas de lixo caseiro, junto às casas, e que serviam de vasadouro de lixo e detritos, aproveitados, depois, para fertilizantes de hortas…
Então estamos perante a imagem de uma “esterqueira”, escolhida como símbolo de seres-humanos degenerados, que desfeiam e repelem, pelo antagonismo de procedimentos civilizacionais, opostos aos procedimentos dos cidadãos simbolizados no “jardim florido”. Com culpa ou sem ela, por doença ou por maldade, por egoísmo-desenfreado ou por ódio-cegante, o que por aí vai de: violência doméstica, pedofilia bestial, assaltos-espancamentos-enganos e roubos, de velhinhos-indefesos e incautos, assassinatos de inocentes por ninharias ridículas, terroristas-selvagens à solta, consumos escravizantes de opiáceos doentios…!
E então, prezado Leitor, que pensar de tudo isto!? O “Jardim”, como a “esterqueira”, são constituídos por seres-humanos, iguais a nós e não oriundos de outro planeta, irmãos e membros da Comunidade-humana… Uns e outros devem interpelar-nos…! Não temos o direito de desviar o olhar e ver somente aquilo que nos convém ou não desagrada… Procuremos agir como fermento-que-leveda-a-massa…! Membros da nossa família reclamam terapêutica especial… Em jardins, também podem germinar plantas daninhas… Em esterqueiras germinam, por vezes, singelas flores, bem como fertilizantes de viçosas hortas… Ninguém é tão bom que fique isento de qualquer malícia… Ninguém é tão mau ou abjeto que se torne incapaz de gestos bons…
Nas “obras de misericórdia espirituais incluem-se também estas duas: “sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo” e “corrigir os que erram”…
Mãos à obra, no sentido de sanar, quanto possível, as moléstias da Família-humana…! Como os raios límpidos do Sol que não se maculam com beijos dados a flores ou a esterqueiras, sejamos solidários esforçados na recuperação de “irmãos nossos”…! Acreditemos mais na eficácia do Amor do que nas garras-venenosas do Ódio…! O vinagre faz caçadas de moscas, mas o mel tem o condão de caçar mais…
O Mundo poderá e deverá ser melhor!

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