A história dos caminhos de ferro em Portugal encerra diversas estórias caricatas, como aquela que fugazmente trazemos a lume nesta breve crónica. Trata-se de uma das mais afamadas locomotivas a vapor do último quartel de oitocentos, que ganhou o epíteto popular de “Ratinha”. Observando com minúcia essa velha maravilha da engenharia e da técnica de finais do século XIX, que se movia pela alta pressão que se instalava dentro da sua caldeira e que, através de diversos maquinismos, transmitia a tração necessária para se deslocar sobre os carris, vislumbramos um dos ícones dos Caminhos de Ferro Portugueses – marca indelével de um novo paradigma.
Na verdade, não se torna tarefa hercúlea encontrar similitudes com o dito animal que lhe conferiu o epíteto, dado que, no seu redor, transparece uma atmosfera de dinamismo e versatilidade, tão própria desses animais que habilmente souberam sobreviver e adaptar-se às exigências de um mundo em constante metamorfose.