Maus presságios

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A. Lobo de Carvalho

A pandemia que tem afectado a humanidade deu mostras de ir a caminho da erradicação, o que motivou grandes festejos em vários países. Em Portugal não foi diferente, com manifestações de grupos mais ou menos numerosos que saudaram a reconquista da liberdade de movimentos e a normalidade das diversas actividades individuais e colectivas. De facto, e depois de uma experiência tão traumatizante e prolongada no tempo, não seria de esperar outra coisa, porque só temos uma vida, que deve ser valorizada e vivida em plenitude.

O ideal seria que esta praga global fosse completamente eliminada, mas isso não foi ainda possível, nem parece que o venha a ser pelo menos a curto e médio prazo, a julgar pelo comprovado aumento de casos de infecção um pouco por todo o planeta, mesmo nos países onde a vacinação foi mais elevada, incluindo Portugal. A variante inglesa, que foi a mais mortífera, tem dado origem a outras variantes ainda mais perigosas e, segundo dados oficiais, já temos alguns casos no país.

Com efeito, nós, cidadãos do mundo, encontramo-nos expostos não só a toda a espécie de doenças que a natureza nos envia, mas também aos interesses egoístas e malignos dos que conspiram para eliminar uma boa parte da humanidade por entenderem que há população a mais. E este vírus, que já matou milhões de pessoas em todo o planeta, não passa, segundo avalizadas opiniões, de uma manipulação humana em laboratório, que ficou descontrolada sem que se pudesse imaginar a dimensão dos seus efeitos mortíferos. E o resultado está à vista com o incontável número de mortos e de infectados nas camas dos hospitais.

2.Mas como uma desgraça nunca vem só, são evidentes outras complexas realidades que nos cercam, como é o caso das alterações climáticas, com impactos extremamente graves sobre tudo o que tem vida. E embora haja uma percepção clara deste problema a nível global, com reuniões de políticos e especialistas visando tomar medidas que mitiguem os riscos, o facto é que ainda são poucos os países dispostos a investir recursos para resolver este gravíssimo problema, o que confirma a existência de interesses obscuros e poderosos que continuam a ditar as regras.

Uma das muitas consequências que já sentimos no nosso quotidiano é a crise energética que se agudiza, em cada dia que passa, com o encarecimento dos combustíveis e gaz natural, já que estes recursos são escassos e os países que os detêm guardam-nos para as suas populações, sendo que qualquer cedência gera custos extremamente elevados aos governos. O que se passa com as constantes subidas dos preços, nesta altura do ano, leva a que se prevejam graves consequências durante a época do frio, em que muitas pessoas poderão perder a vida por não terem possibilidades de usufruir de aquecimento.

3.Enquanto tudo isto acontece à nossa volta, o país fica adiado pelo chumbo do Orçamento do Estado para o próximo ano. A geringonça que sustentou o governo foi insubmissa e roeu a corda em nome dos interesses próprios, enquanto que a direita parlamentar agiu de acordo com o seu pensamento político, e aquilo que o Primeiro-Ministro, no seu conhecido optimismo, tinha como certo, foi um tiro pela culatra! Não possuo os conhecimentos técnicos para afirmar se o Orçamento era bom ou mau, mas, a julgar pela votação de todos os Partidos representados na Assembleia da República /AR), só o PS lhe encontrou virtualidades, e isso foi muito curto.

Na verdade, e até às novas eleições legislativas que se perspectivam, continuaremos ainda sob a acção deste governo socialista, cansado e desorientado, que outra coisa não tem feito senão aumentar as responsabilidades permanentes do Estado, originando, ainda, a subida da dívida sem gerar riqueza, em detrimento do sector privado, que é o verdadeiro motor da economia, que vive asfixiado com impostos e que é sempre tratado como o mau da fita. E os jovens e as crianças de hoje é que terão de arcar, no futuro, com os desmandos das ideologias extremistas que têm conduzido as políticas do país nos últimos anos.

A atitude do Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, ao rejeitar de forma tão explícita, quanto ridícula, negociar qualquer apoio da direita parlamentar à Lei do Orçamento, além de ser ideologicamente perversa contem em si mesma um sentimento xenófobo que em nada o dignifica, porque essa mesma direita parlamentar representa um importante sector da sociedade e deve ser escutada.

4.Pairam, assim, maus presságios no horizonte, quer a nível planetário, quer a nível nacional, restando, pelo menos para aqueles que são crentes como eu, que Deus ilumine as mentes dos políticos que governam as nações, com especial incidência em Portugal, onde imperam os egoísmos e falta o bom-senso. Haja uma luz que consiga dissipar esta escuridão!

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