O salário mínimo nacional (SMN) vai aumentar em cerca de 30 por cento até o próximo ano de 2025. Os salários em Portugal são baixos. Não queremos que as multinacionais venham investir à procura de mão de obra barata. Mas, se as empresas aguentam esse enorme aumento é o que tem andado em discussão.
Há, contudo, um aspeto que não parece correto. Os impostos sobre o trabalho, que recaiem sobre empresas e trabalhadores. O estado vai encaixar mais de um terço deste aumento! O custo para as empresas e trabalhadores seria bem menor se o estado não fosse guloso! O glutão, viciado em impostos, é incapaz de ser sério. O dinheiro fala mais alto.
O mesmo se passa, aliás, com o preço dos combustíveis. O petróleo tem aumentado, é verdade. Mas os impostos também! Portanto, aos aumentos do petróleo vão juntar-se impostos sobre esses brutais aumentos. Resultado: o estado encaixa mais dinheiro e os cidadãos tem dificuldades em aguentar! É que o automóvel não é um luxo, é uma necessidade.
O estado não se comporta como pessoa de bem. Os políticos dizem uma coisa hoje e outra amanhã. Pior ainda: uns dizem uma coisa e há colegas que dizem o seu contrário.
O certo é que o gordo estado não perde uma oportunidade para receber mais dinheiro do bolso dos pobres contribuinte. Descaradamente!
A culpa é do aumento do petróleo? Até podíamos ser levados na lenga-lenga. Mas, vamos ali à fronteira, à vizinha Espanha, e enchemos o depósito com menos dinheiro. Consideravelmente menos!
O estado não se comporta como pessoa séria. Claro que o estado são as pessoas que elegemos para o gerirem. Feitas as contas, a responsabilidade é de todos nós…
Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional