Nós e a imigração

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Infelizmente, a par do melhor, também não escapamos ao pior. Fica-nos bem sermos orgulhosos da nossa condição lusa, evidenciando que somos detentores das melhores qualidades, mas os defeitos próprios do Ser Humano também cá moram. Temos muita dificuldade em sacudir o interesseiríssimo e assumir o respeito de que é merecedor qualquer cidadão, para além da sua origem. O que se está a verificar (há longo tempo) com a exploração da mão de obra imigrante em certas regiões do país, no mínimo, deveria envergonhar-nos.

E localmente, como é que tratamos quem nos procura para aqui viver? Pelos indicadores dados a conhecer pelo nosso Município, há razões para orgulho. Problemas também haverá em algumas áreas, como, por exemplo, a sobrelotação de espaços residenciais, situação que deve merecer cuidados. Contudo, pelo bom acolhimento, no nosso concelho, a gente migrante não parou de crescer. Desde há muito que o apoio ao empreendedorismo e à aprendizagem da língua portuguesa se promove entre quem vem chegando; assim como se lhes não descuida a integração no mercado de trabalho, iniciativas de âmbito cultural e de lazer, etc. Talvez por isso é que eram 1037 imigrantes em 2008, mas em 2019 já cá moravam 1992, quase o dobro, oriundos de 79 nações.

Somos exemplares no tratamento dos que aqui chegam à procura de melhor qualidade de vida, ou por razões bem piores? Se calhar até seremos. Mas só estamos a fazer o que humanamente deve ser feito, sem esquecer que necessitamos da imigração, já que somos um país em envelhecimento e acentuada queda demográfica. E os imigrantes não são um peso: trabalham e pagam os seus impostos; e no dar e receber, segundo um estudo do Jornal “Expresso” desta semana, Portugal tem um saldo de 884 milhões de euros.

A plataforma de comércio digital Viana Market está próxima da centena de lojas, com mais de 1.050 produtos online. A plataforma já permite entregas de produtos no concelho e em quase todos os países europeus, havendo negociações para distribuição no resto do mundo. Pois, é na inovação, no sentido de oportunidade e no trabalho em escala que está o segredo do progresso. Parados, isoladamente é que não criamos riqueza.

O Instituto Politécnico de Viana do Castelo está mais uma vez de parabéns. O seu aluno de mestrado Henrique Faria encontrou uma falha na aplicação ‘Stayaway Covid’ que coloca em causa a eficiência daquela ferramenta digital. A Google reconheceu o feito e colocou-o, bem como aos dois docentes orientadores, Pedro Pinto e Sara Paiva, no Quadro de Menções Honrosas. Viana orgulha-se.

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