Na semana passada, o Governo apresentou para discussão pública o “Plano Ferroviário Nacional”, anunciando-o como estratégico, até 2050. Este plano propõe que a alta velocidade sirva as dez maiores cidades portuguesas e que a quota modal da ferrovia quadruplique no transporte de passageiros e triplique quanto a mercadorias sobre carris.
O Alto Minho e Viana terão a alta velocidade ferroviária em Valença, até 2030, e continuarão a ser servidos, em comboio convencional, na linha do Minho, cujo traçado remonta à segunda metade do século XIX. Nas restantes áreas do Noroeste, o plano ferroviário prevê alta velocidade no Porto (e no seu aeroporto) e em Braga e Guimarães e lança o “Sistema de Mobilidade Ligeira do Cávado-Ave”, para ligar entre si a Póvoa, Barcelos, Braga, Guimarães, Fafe e Felgueiras.
O porto de Viana – que teve acesso direto à ferrovia plasmado no Plano Diretor Municipal de 1991 e no Plano de Urbanização da Cidade elaborado em 1993 e previsto nos planos do Governo de então – continua esquecido na proposta do plano ferroviário, para vigorar até 2050.
Os investimentos em infraestruturas portuárias e rodoviárias e equipamentos educativos, sanitários e sociais feitos nas últimas décadas do século passado contribuíram muito para o crescimento demográfico e o desenvolvimento socioeconómico de Viana e do Alto Minho. Neste século, apesar desses investimentos e da abundância de fundos comunitários, os dirigentes locais não souberam, não puderam… ou não quiseram estancar a anemia de que Viana do Castelo cada vez mais padece.
Exorto as forças vivas de Viana e do Alto Minho a se levantarem na defesa da sua região e do seu porto de mar, impedindo que este, já estando em lenta agonia, venha a falecer como um dos portos de cabotagem de Portugal.