O caos no fornecimento da água

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O trabalho em parceria, quando bem articulado, pode contribuir para êxito maior e, consequentemente, mais progresso. Regra geral, isoladamente, planos ambiciosos são pouco exequíveis. Mas os projetos conjuntos, para redundarem bem, exigem estudo e boa preparação. A boa vontade, só por si, raramente resulta em sucesso. Já conhecemos a nossa forma de trabalhar pouco estudada, prática condenada ao fracasso em empreendimentos de monta.

Abstraindo-nos das questões de ordem política, porque infelizmente estas também entram nestas decisões, tudo indica, foi isto que faltou na constituição da empresa Águas do Alto Minho (ADM). Ora, o problema da água é demasiado sério e sensível para que possa ser tratado com leviandade e improviso. Para o Ser Humano é o seu bem mais precioso e não é por acaso que há guerras onde ela é escassa. Mesmo entre nós, não vai há muito tempo que esta era motivo de regular fonte de conflitos, por vezes com mortes.

Cientes desta realidade, se o melhor caminho era constituir uma entidade para levar a cabo um plano integrado, com a criação de novas redes de abastecimento em alta e baixa, e a consequente diminuição de perdas de água; melhor exploração e tratamento da mesma; uniformização de preços, tendo em vista a criação de custos moderados e mais acessíveis; então, haveria que trabalhar para que tudo corresse bem. Infelizmente, tudo está a correr mal. Ao fim de um ano de serviço, a trapalhada é de tal ordem que vai ao ponto dos Municípios aderentes fazerem um ultimato público à empresa na qual são parte para que se ponha termo a esta desordem na relação com os clientes, onde predominam preços elevados, atraso na faturação, arrastamento de desajustes de consumos, etc. Esta posição, apelidada na rua de caricata, acaba por ser pouco abonatória da eficácia das Câmaras, sendo antes o reconhecimento de que pouco ou nada correu bem.

Aqui chegados, convém perguntar se os consumidores, muito ou pouco, não vão sair lesados com toda esta desorganização. Em vez de ameaças de efeito duvidoso, os Municípios deveriam decidir de imediato sobre a criação de um provedor do cliente, ou algo similar, alguém de créditos firmados e independente, para apresentação de queixas de eventuais lesados, para que justiça seja feita e se acabe com este espetáculo triste de dezenas de cidadãos à porta da sede da AdAM para apresentarem as suas reclamações.

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