O conflito israelo-palestiniano

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As imagens pungentes de pais e mães israelitas que não sabem dos seus jovens filhos, mortos ou sequestrados pelo Hamas, é de um dramatismo inaudito. Nem consigo parar na notícia, de tão chocante que é, e mudo imediatamente de canal.  Está a acontecer em Israel o que aconteceu aos USA no 11 de setembro. 

Fartinhos de agredir os outros, a maior parte das vezes de forma gratuita e por interesses económicos ou políticos, provaram o sabor da tragédia na sua própria casa. Israel reduziu, perante a complacência do mundo, a Palestina a zero. Territorial e humanamente. Os palestinianos não têm presente nem futuro, poderão ter, simplesmente, um passado de tragédia de décadas e décadas. 

Quem manda no mundo não quer saber deste conflito para nada. O apoio incondicional dos USA a Israel, tem servido para respaldar as maiores atrocidades cometidas pelos judeus contra um povo inteiro, sitiado em campos de refugiados. O apoio do Irão ao Hamas, mantém acesa a chama do extremismo e da violência.

As imagens são impressionantes e absolutamente chocantes. Nos pormenores dos jovens israelitas assassinados e sequestrados, mas também na retaliação contra civis palestinianos, num território exíguo habitado por 2 milhões de pessoas, onde estão a ser bombardeadas pela aviação zonas residenciais, com o colapso de prédios de vários andares. Mais uma de muitas limpezas étnicas está em curso. 

Os judeus, talvez num instinto de auto-defesa, continuam a votar na extrema-direita, o que só pode piorar as coisas no futuro. O extremismo do outro lado, é alimentado pela permanente pressão e repressão israelita. Termino com um excerto do poema “As palavras interditas”, de Eugénio de Andrade, que me parece vir a propósito:

“E a noite cresce apaixonadamente.

Nas suas margens nuas, desoladas,

cada homem tem apenas para dar

um horizonte de cidades bombardeadas.”

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