O Coronavírus para o século XXI

Aníbal Alcino
Aníbal Alcino

Passando, já há muito, dos noventa anos, vou olhando, com calma e silenciosamente, para as diversas e lindíssimas árvores e flores que rodeiam a minha casa que dá para um parque infantil. Desse parque ainda vejo campos de cultivo, à esquerda o monte de Santa Luzia e, do outro lado, do quarto onde me deito, o mar; o extenso mar azul de Viana do Castelo, que vai ter a todo o mundo, ou dele regressa, até às praias de Areosa, Carreço, Afife, Vila Praia de Âncora, eu sei lá… Neste caso, eu e outros vianenses, pode-se dizer, somos uns privilegiados.

O mundo é tão bonito e eu tenho tanta pena de morrer… que, talvez, a única coisa que me conforta, antes de vos deixar, é o de nunca ter feito mal a ninguém… (que eu saiba!).

Deus fez o homem à sua semelhança… e então, e agora?! Deixa-nos desaparecer, apenas por um minúsculo “micróbio”, que ninguém vê, e vai, a pouco e pouco, destruindo a humanidade?! Então? Repito, Deus que criou o Universo, e com ele o ser humano (homens e mulheres), mais os milhentos animais que o compõem — porque nos abandona? Porquê?

Já morreram milhões de pessoas, inclusive crianças… Será que já chegamos ao ponto de, casualmente, pisarmos uma formiga, que atravessa o passeio, e que o meu sapato esmaga, seguindo em frente, como se nada fosse!?

A ciência humana não é capaz de criar uma vacina, um remédio que obstrua o desaparecimento de tudo o que é vivo à face da Terra e ridícula as pessoas a usar uma máscara, que nada resolve e só prolonga a esperança de uma cura que nunca mais chega? Não está esta “coisa” a tornar-se um negócio “fabuloso e “escondido”? A tanto não vou, claro! Mas dá para pensar!…

Como surgiu este vírus? De onde veio, como veio? Mas digo, isso interessa? Quando continuam a desaparecer seres humanos, enterrados a monte da forma mais dolorosa (a esmo), em situações tão incríveis como as dos animais selvagens, sem alma e sentimentos…

Agora, alguns jornais, e a televisão, dizem: “O mundo desconfia da vacina russa…, não a devem comprar, mas já antes desconfiaram da vacina chinesa, depois da americana, da brasileira? Quantas mais virão? Quem compra? Quem dá mais!? Quando deparamos com estas “mentiras”, ou “sugestões”, a fim de, mais tarde, esbanjar na compra, por milhões, de jogadores de futebol, e outros… que nada produzem ou fazem para o bem da humanidade.

Adeus, adeus, até outro dia se nos virmos!…

 

P.S.: Já depois de ter lido esta crónica à minha carinhosa nora, a Antonieta, que é assinante e leitora, todas as semanas, do “A Aurora do Lima”, ela, delicadamente, remata: “é pena que a sua crónica não nos abra um caminho para a esperança… a esperança é a Última a morrer!…

Então pensei, tens razão, pode ser que o “Deus de Miguel Ângelo” nos dê outra vez a mão a fim de “descansarmos”. Já pensaram porque é que os animais não sofrem do Covid-19, ou de outras terríveis pandemias?

E se se juntassem os grandes cientistas de todo o mundo para trocarem ideias e sugestões, a fim de o conjunto dos seus estudos chegar mais depressa à vacina salvadora?

Se me pedissem, para tanto, alguma das minhas criações artísticas, direi mesmo, inclusive, aos artistas plásticos da Terra para ajudar no apoio a tantos médicos e enfermeiros que lutam, diariamente, no acabar com este tormento em que arriscam  a sua própria vida, eu o faria da melhor vontade. Peçam ao “Jesus da bola”, para que diga aos seus milhares de admiradores que dêem o custo dos bilhetes de futebol para a causa da descoberta da vacina.

Mas como vai o mundo! – ouvi, não sei se pela televisão, que um grupo qualquer de terroristas ameaçaram de morte a deputada Mariana Mortágua que é, quanto a mim, das mulheres mais cultas e inteligentes que escreve no Jornal de Notícias do Porto…

Que é isto, meu Deus!? Ao que chegamos!…

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