O desporto que tivemos e o desporto que temos

Gonçalo Fagundes Meira
Gonçalo Fagundes Meira

“De salientar o extraordinário trabalho que está a ser realizado por Viana do Castelo Cidade Europeia do Desporto 2023, seguramente uma das melhores organizações que já foi feita neste âmbito, mobilizando atletas, treinadores, dirigentes e adeptos, desde o Fórum dos Treinadores, à Final Four da Champions de hóquei em patins, até às fases finais dos campeonatos nacionais universitários e muitos outros eventos que têm envolvido com grande alegria milhares de pessoas”.

Esta entrada não é nossa. “Repescámo-la” do site do CNID – Associação dos Jornalistas de Desporto. Fizemo-lo porque se trata de uma afirmação precisa. Acompanhamos, de forma objetiva, o desempenho do Município de Viana no desenvolvimento do seu programa de atividades no âmbito de Viana Cidade Europeia do Desporto 2023 – porque se trata de um trabalho de que, jornalisticamente, devemos dar conhecimento –, não tendo dúvidas de que, a vigorar este profissionalismo, Viana vai sair-se briosamente no cumprimento da responsabilidade que lhe foi atribuída.

Tudo isto vem a propósito da honrosa escolha da nossa cidade para atribuição dos prémios CNID (pág. 17), a quem na área do desporto (praticantes e jornalistas) se salientou no ano de 2022. Na cerimónia falou-se, mas não o suficiente, da evolução do desporto em Portugal. Como também nós, A Aurora do Lima, fomos agraciados com um prémio, diferente, pelo facto de sermos o mais antigo jornal de Portugal Continental, aproveitamos para salientar o progresso profundo no domínio desportivo que se verificou entre nós depois de 1974. Afirmámos que este foi um dos setores em que mais evoluímos, complementando que a mudança se pode equiparar à passagem da “noite escura para o dia límpido e soalheiro” que tanto todos apreciamos.

Não o fizemos inocentemente. Quem sabe do desporto havido no Estado Novo e está atento ao que hoje se verifica, não tem dúvidas. Mas basta um número para anular incertezas. Segundo a Pordata, em 1996 (já tinham decorrido 22 anos depois da revolução), havia 265.588 praticantes desportivos federados, mas, em 2021, o número subiu para 483.829, quase o dobro. A partir destes valores, só podemos concluir que este aumento impressionante de praticantes desportivos federados acontece dadas as relevantes condições (a todos os níveis) de que o país está dotado, particularmente no domínio dos equipamentos. Tivesse Portugal evoluído noutras áreas como aconteceu com o desporto e seríamos de certeza um país bem mais rico.

                  GFM

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