Nos anos 80, o Alto Minho apresentava indicadores de baixo desenvolvimento, incompatíveis com a largueza dos seus recursos disponíveis: mão-de-obra jovem, território promissor e abundantes meios financeiros, depositados na banca local pelos residentes e, sobretudo, pelos emigrantes.
Feito o diagnóstico da situação regional, concluiu-se pela necessidade de mobilizar esses recursos, pondo-os ao serviço da melhoria das condições de vida dos alto-minhotos.
Com a iniciativa privada anémica e as entidades públicas exauridas pelo segundo resgaste financeiro da República, as Sociedades de Desenvolvimento Regional (SDR) foram encaradas, como potenciais motores do desenvolvimento das regiões periféricas, orientando para aplicações produtivas, o aforro nelas gerado e também as remessas dos seus emigrantes.
Assim, em 1984, as câmaras municipais, as associações empresariais, as misericórdias e promotores particulares foram chamados a participar no processo de constituição da SDR do Alto Minho. A comissão promotora – de que, como dirigente do Centro de Estudos Regionais, fui secretário-geral – aprovou os estatutos, definiu as suas linhas de orientação e iniciou o processo da subscrição do seu capital social (500 mil contos).
Entretanto, o sistema financeiro conheceu profundas alterações com a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, os governos foram-se mostrando reticentes às SDR e estas deixaram de apresentar condições de viabilidade.
Embora não tenha atingido o seu objetivo principal, a promoção da constituição de uma SDR uniu os alto-minhotos, aumentou a sua autoestima e terá contribuído para o desenvolvimento do Alto Minho, nas décadas seguintes!