O poder aos “loucos”

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“Sabem a diferença entre um génio e um louco? O sucesso!” Foi com afirmações como esta que Milei ganhou a presidência da Argentina pela histórica marca de 55 por cento! O mimo ao Papa Francisco, também ele argentino, foi mais longe: “um representante do maligno na Terra”. O “louco” e as suas ideias “loucas” venceram o escrutínio. Os argentinos estarão loucos? Não, apenas estão com raiva, desiludidos. 

Os eleitores estão cada vez mais dispostos a dar uma oportunidade a alternativas ainda não experimentadas e escolhem partidos que se apresentam como antissistema. A Argentina é apenas o mais recente exemplo. Na Europa, nos últimos dois anos, um terço dos eleitores votaram nestes partidos! Uma clara resposta de protesto contra uma “casta política parasitária e ladra”, como chamou o novo presidente argentino?

 “Há a perceção de que estes partidos [tradicionais] se tornaram essencialmente organizações em busca de cargos, indiferentes às preocupações das pessoas”. É a explicação de especialistas. 

Os partidos tradicionais que se tem alternado no poder podem estar em muitos maus lençóis, um pouco por todo o lado. Na hora em que é chamado a escolher, o povo mostra a sua revolta contra os interesses instalados de uma elite corrupta, como concluem especialistas.  E assim, os políticos antissistema estão a ganhar terreno.

Os partidos tradicionais têm que mudar a atitude para reconquistarem a confiança. Se assim não fizerem, vão perceber que os argentinos não são a exceção ao eleger um “louco”. 

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