O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa e a voz do povo

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Aníbal Alcino

Não sei porquê veio-me à memória a velha fábula do rapaz, do velho e do burro… Ela conta, mais ou menos, assim:
– Um dia, ia a atravessar uma aldeia um velho, um rapaz e um burro. Iam todos a pé e o povo comentava: “Olha! Olha! Um velho cansado, um rapaz e um burro, sem carregar nada, coitados”!…
– Rapaz, senta-te em cima do animal que eu vou a pé! E o povo comentava: Olha! Olha! Um jovem, com forças, em cima de um burro e um velho a pé!…
– Rapaz, salta comigo para cima do animal e vamos, os dois, em cima do lombo dele! E o povo comentava: Olha! Olha! Um pobre animal “lazarento” e ambos os donos, sem dó, em cima dele.
– Rapaz, salta comigo para baixo e vamos, os dois, a pé, sem carregar o burro, como vínhamos de princípio.

E eu, então, lembrei-me daquela quadra popular escrita, há longos anos, pelo senhor José Barbeiro, e que dizia: “Nunca o mundo está contente mesmo quando canta ou dança: Se é criança quer ser gente, se é gente quer ser criança!”

Agora, com o Presidente Marcelo – já dizem que passa a vida a tirar “selfis”, ou a viajar por tudo quanto é mundo, desde as aldeias do país às terras de África. A dar beijinhos a brancos ou pretinhos, que se lhe achegam, como o Papa Francisco.

Criticam o facto de ele comer uma boa fatia de presunto, acompanhada de um verde tinto carrascão, à moda do Minho, pois cant´é, que goze a vida, que ela é só uma e tem o direito a conviver com todo o povo de que faz parte integrante.

Agora, que premeia e medalha, todo aquele que se distingue no Desporto, nas Artes ou nas Ciências. Pois faz muito bem, só lhe recordo que tenha em mente aquela outra quadra popular que diz: Ó mar alto, ó mar alto
Ó mar alto sem ter fundo
Mais vale andar no mar alto
Do que nas bocas do mundo!

Nunca ninguém é perfeito. Até Jesus Cristo, a maior figura da humanidade, foi crucificado! E já agora, também lhe recordo o que dizia o genial poeta José Régio (lá pelo Alentejo), é mais ou menos assim: “Dizem-me alguns com olhos doces: Vem por aqui! Eu olho-os, com olhos laços. Cruzo os braços e não, não vou por ali: vou por onde me guiam os meus próprios passos…”.

Isto é, devemos ir por onde a “consciência” nos manda. Siga a sua própria consciência e vá por aí, que vai indo muito bem.

Foto: Aeiou

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