Convenhamos: com a aproximação das datas dos “festivais eleitorais” previstos, as direitas nacionais atravessam um período francamente doloroso.
Começando pelo CDS, a sua atual presidente tem vindo a dar um espetáculo para o qual não me ocorre um adjetivo mais adequado do que “caricato”!
Abstraindo da sua convicção de que a melhor solução de qualquer problema, real ou inventado, é a demissão do/da a quem entende atribuir a responsabilidade, é penoso, para quem possui um mínimo vestígio de memória. Ouvi-la atribuir a responsabilidade dos incêndios ao atual executivo, esquecendo que, quando ministra do anterior Governo nada fez pela sua prevenção e liberalizou a plantação de eucaliptos, um dos mais apetecidos “alimentos” dos incêndios florestais…
Com tal direção, quer-me parecer que o CDS se arrisca a voltar a ser o “partido do táxi” que já em tempos foi…
Quanto ao PSD, a situação não é menos periclitante: com o Rui Rio como um presidente que arrisca, no próximo congresso a dentro de poucos meses, ser substituído, havendo já quem se apresente como candidato a fazê-lo, o partido atravessa uma das crises mais sérias da sua história.
O abandono de Santana Lopes com a intenção declarada de criar um novo partido que seja um PPD sem o acréscimo PSD de que nunca gostou, não é obviamente algo que contribua para facilitar a vida (já de si complicada…) de Rui Rio.
A obsessão, comum a ambos os partidos, de explorar os incêndios florestais como arma de arremesso contra o atual governo, afigura-se-me, francamente, uma demonstração da incapacidade de se apresentarem perante o país como sendo uma oposição credível.