Os desequilíbrios com que nos debatemos

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Branco Morais

Neste “jardim à beira-mar plantado”, a clareza dos resultados das últimas eleições faz esquecer a possibilidade de conflito violento com a Rússia e acompanha as festividades do Ano Novo Lunar chinês e a abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno.

A acalmia política, as ameaças bélicas e as festividades asiáticas não podem servir de “biombo” para esconder os principais desequilíbrios com que nos debatemos.

Primeiro, o desequilíbrio financeiro apresenta-se cada vez mais insustentável. O endividamento do Estado, das empresas e das famílias – que, em 2019, já era superior a 3 vezes o nosso Produto Interno Bruto – terá aumentado, nos últimos anos, em cerca de 70 mil milhões de euros.  Infelizmente, somos um dos países mais endividados do mundo.

Segundo, o nosso desequilíbrio geracional, de que é expressão o facto de a população jovem ser, apenas, pouco mais de um terço da população idosa. Temos uma das populações mais envelhecidas do universo. Urge que, a este “inverno”, suceda uma promissora “primavera” demográfica!

Depois, o desequilíbrio entre educação formal e formação profissional. Temos de converter as gerações academicamente bem preparadas em gerações mais aptas para a revitalização socioeconómica nacional. Assim, desincentivaremos a emigração prolongada e favoreceremos o robustecimento da classe média.

Por último, o desequilíbrio entre público e privado. Devemos reduzir a opacidade e a burocracia da administração pública e valorizar a iniciativa privada, amentando a eficiência e a produtividade de uma e da outra.

As debilidades estruturais do país resultam, a meu ver, destes desequilíbrios. 

Não continuemos indiferentes ao precipício coletivo que eles vão cavando!

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