Os velhos continuam a ser trapos?

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Humberto Pinho da Silva

Não é a primeira vez – e não será a última – que abordo a situação desesperante dos idosos; mas creio, infelizmente, que ninguém se preocupa com a velhice e seus problemas. Se faltam alojamento, a preços módicos, a estudantes, o que se faz? Transformam-se quartéis em lares; e os conventos, vazios, levam o mesmo destino…
Mas o que faz a sociedade e o Estado aos idosos? O mesmo que fez o filho da velha e tradicional história: “Filho és, pai serás”…
Todos conhecem que a pobreza não diminuiu; caso contrário, não haveria tantos a pedirem na via pública, à porta dos templos, e a dormirem em vãos de estabelecimentos…Nem peditórios para: Associações e Fundações… e recolha de alimentos à porta dos supermercados.
Pensa-se aumentar pensões? Pensa-se fornecer, à classe média, recursos para quando a velhice lhes bater à porta, permita recolherem-se a lares decentes, a preços compatíveis às reformas? Pensa-se adaptar casas e quartéis a lares para idosos da classe média? Não; eu penso que não. Só se pensa na pobreza infantil – como se a pobreza fosse das crianças, e não dos pais. Pensa-se, também: legalizar drogas leves e eutanásia – para libertar camas hospitalares?
Que sociedade cristã e humanista é esta, que deixa os pais e avós abandonados, com suas mazelas e dificuldades?! Ao abordar o assunto, não o faço por mim, ou pela minha família. Felizmente, tenho, por agora, o bastante para o meu conforto; mas por milhares de idosos, que não têm voz nem quem os defenda.
É triste que se pense na imigração – porque a população está envelhecida – e não se cuide dos nossos maiores, que não têm culpa de viverem tanto… devido ao progresso da Medicina.
Para quando o aumento das pensões da classe média? Para quando será a inauguração, nas principais cidades, de Casas de Repouso para os nossos idosos, com dignidade e direito à privacidade, a preços acessíveis?
Ou espera-se que esta geração – sacrificada por uma guerra – desapareça?! …

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