Páscoa: a Luz de Cristo Ressuscitado ilumina a Humanidade

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Há sinais festivos…
Ouvem-se os toques constantes
das campainhas e os sons dos sinos
nos campanários das igrejas, anunciando a todos a grande festa da Ressurreição
de Jesus.
São tons e sons de ALELUIA…
Alegre-se o céu e rejubile a terra:… ALELUIA!

A PÁSCOA está associada à ressurreição
da natureza e por isso relacionada
com a festa da LUZ e das flores…
Há perfumes a toda a hora…
É um tempo novo…
Há música no ar…
É a Festa da Vida…
Envolvem-nos referências cósmicas, teológicas
e escatológicas.
Há simbologia com água, lume novo, amêndoas, pão de ló, folares, ovos e nas refeições familiares à volta da mesa com toalhas lindas.
Acontece a festa comensal conforme
a tradição bíblica.
A FÉ em Cristo Ressuscitado
cria um ambienta festivo, contagiante
e as saudações são mais ternas.
Cristo ressuscitou e quer fazer a festa
no mais íntimo do coração de cada um.
Páscoa é acreditar no amanhã…
Cristo Ressuscitado é o rosto visível
do Deus invisível.
ALELUIA, ALELUIA!

A PALAVRA PÁSCOA
SIGNIFICA PASSAGEM

O signo linguístico Páscoa, derivado do hebraico, do grego e do latim significa passagem.
As narrativas bíblicas referem, abundantemente, a libertação do povo que vivia na escravidão e passou para o estado de liberdade.
“Deus ressuscitou Cristo de entre os mortos, e Ele está sempre entre nós todos os dias até a consumação dos séculos, ensinando-nos e guiando-nos pelas veredas da justiça, e fortalecendo-nos na pregação da Boa Nova do Evangelho”. (Mat. 28,16-20)
A Páscoa é um convite à mudança: passagem do pecado à graça; da fome ao pão; do desânimo ao ânimo; do subdesenvolvimento ao desenvolvimento; da morte à vida; da doença à saúde; do analfabetismo à literacia; da rua à casa; da barraca à habitação digna; da injustiça à justiça; da exclusão à inclusão; do desemprego ao emprego; da indignidade à dignidade; da angústia à serenidade; das sombras à luz; dos medos à confiança; da corrupção à honradez.
A caminhada deverá ser com esperança viva e confiança alegre na nova criação, manifestando a fraternidade da vida nova em Cristo Vivo e Ressuscitado.
Alegremo-nos, pois Cristo Ressuscitado está vivo na história dos homens.

COMPASSO-VISITA PASCAL

Estando de acordo com Geraldo Coelho Dias, professor universitário e monge, “para nós o compasso era o desenvolvimento ritual e solenizado da bênção das casas”.
“Em tempos recuados, o pároco respectivo podia, com tranquilidade, por si ou encomendado, na altura da Páscoa visitar e benzer as casas dos seus paroquianos”.
Com a mudança social ouve alterações de aspectos pastorais.
O compasso, sublinha o citado historiador por extensão ou sinédoque, é uma forma abreviada da expressão latina “CRUX CUM PASSO DOMINO”, isto é, designação da cruz litúrgica que preside aos ritos cristãos.
Daí que em todas as paróquias ou freguesias, subsiste ainda o “JUIZ DA CRUZ” ou “mordomo”, que deve empunhar solenemente a cruz paroquial nas grandes cerimónias anuais.
Por isso, a Cruz da Cruz, COMPASSO, adornada e perfumada, acompanha o pároco quando, nas alegorias pascais, vai benzer as casas dos seus paroquianos.
Na zona Entre Douro e Minho, o costume da Visita Pascal está mais enraizado.
O assunto foi abordado no Sínodo da Diocese de Braga, em 1918, fazendo-se a visita pascal segundo o decreto do prelado D. António Bento Martins Júnior, de 21 de Novembro de 1942, artigo 23 e seguintes.

REVELAÇÕES DE ALELUIA

Há localidades onde os registos etnográficos singulares se distingem nos cerimoniais da visita pascal.
Assim, é de referenciar o encontro das cruzes no largo das Neves, confluência das localidades de Vila de Punhe, Mujães e Barroselas, à volta da mesa dos três abades.
Este cerimonial decorre com grande participação dos habitantes, não faltando a banda de música, ao mesmo tempo que se trocam saudações acompanhadas pelos doces pascais e um cálice de bom Vinho do Porto.
A visita pascal em Fontão, em Vitorino das Donas e a cerimónias transfronteiriças da aleluia em Cristelo Covo, Valença, são manifestações que têm merecido a investigação antropológica pela sua tipicidade.
O padre português e o “cura galego” atravessam o rio Minho no cerimonial que envolve o grande simbolismo das águas correntes e da fertilidade.

PÁSCOA É ACREDITAR NO AMANHÅ
ALELUIA! ALELUIA!
BOAS FESTAS PASCAIS!

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