Páscoa de esperança

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De novo na Quadra Pascal, que terá no domingo próximo o seu mais emblemático dia. De novo em mais uma das quadras festivas que estimulam proximidades e fazem reinar a cortesia e a amizade. De novo a Festa que convida o franquear de portas, para que todos se sintam na casa de alguém como sendo a sua própria casa e, em qualquer uma delas, receber o compasso que, portador do crucifixo de cristo, consolida a harmonia e reforça a benquerença entre visitantes e visitados.

A Páscoa, para além do seu profundo caráter religioso, como muitas outras festividades, tem o condão de valorizar e harmonizar pessoas, independentemente da fé entre elas existente. E o que o mundo mais necessita é de se saber aproximar, apaziguando discórdias e afastando ódios. Muitas Páscoas e outras festas de sentimento idêntico deveriam acontecer, para que os povos soubessem evitar disputas e vivessem em permanente tranquilidade.

Esta quadra de sentido profundamente religioso acontece, mais uma vez, em tempo de desavenças da mais variada ordem, à volta de disputas sem sentido, de culturas que se antagonizam, de fronteiras que se reivindicam, de enquistamento em posicionamentos mal compreendidos, acima de tudo de ausência de diálogos. Acontece no tempo em que decorre uma guerra às portas da Europa que destrói e provoca a morte, que causa dor e sofrimento, que separa famílias e instala ódios, em suma, que se torna em tragédia, arrastando para o conflito boa parte do mundo.

Não é este o espírito da Quadra Pascal, nem são as guerras que a esmagadora maioria dos cidadãos do mundo desejam. As pessoas querem viver em paz, mas são empurradas por déspotas para discórdias sem sentido. Quando as nações não são capazes, ou não dispõem de meios, para eleger dirigentes que respondam aos anseios dos governados, antes governam para satisfazer egos e deixarem-se envolver em disputas sem sentido, a maior vítima acaba por ser o povo em geral.

Permaneça a esperança de que, cada vez mais, a cultura da paz seja assimilada pelas gentes que povoam o planeta; que se enraíze e frutifique, para que os conflitos sejam cada vez mais em número menor. Permaneça a fé de que as novas gerações, mais habilitadas culturalmente e mais educadas no sentimento da amizade, muito possam contribuir para estabelecer equilíbrios e, na base de diferenças culturais e de outra ordem, possam cooperar para a construção de um mundo ausente de conflitualidade.

Fique a esperança de que muitas Quadras Pascais virão com o mundo mais pacificado e mais predisposto a viver autenticamente festividades como a que nos aprontamos para festejar. 

Boa Páscoa para todos nós, e para o mundo, até onde ela puder chegar.

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