(II) Perspetivas
Com a intervenção da então Secretária de Estado Dra. Ana Paula Vitorino, foi possível concluir o estudo de impacto ambiental dos acessos rodoviários ao porto de Viana e concluir o projeto de execução em 2008.
Recordo várias reuniões e decisões então tomadas que permitiram a tomada de decisão e, estou certo, que sem a sua persistência e autoridade não teria sido possível concluir essa fase do processo.
Desde essa altura até 2016, procuramos incessantemente que este projeto obtivesse o financiamento necessário para a sua concretização. Dos registos da autarquia relembro as reuniões efetuadas agora com a Senhora Ministra do Mar, Dra. Ana Paula Vitorino, a 1 fevereiro de 2016, na Câmara de Viana do Castelo em que se retomou o processo dos Acessos rodoviários e dos acessos marítimos, com a presença da WestSea e da ENERCON, mais tarde uma reunião a 2 novembro de 2016, já com um programa de trabalho afinado e com objetivos calendarizados para os Acessos Marítimos e Rodoviários.
A 24 de janeiro de 2017 foi assinado em Viana do Castelo o protocolo entre a APDL e a CMVC para a Construção Acessos Rodoviários ao porto.
O Município lançou o Concurso Público dos Acessos Rodoviários a 24 maio de 2018 e a 27 de fevereiro estávamos na cerimónia pública de Consignação da Obra Acessos Rodoviários ao Porto e no Lançamento Concurso para a Dragagem do Canal de Acesso aos Estaleiros Navais de Viana do Castelo e Enercon.
Felizmente, tivemos desde o início o forte empenho da Senhora Ministra do Mar, Dra. Ana Paula Vitorino, para que se ultrapassassem todas as dificuldades administrativas e financeiras, e não foram poucas, mas gostaria também de agradecer a colaboração e acompanhamento da Administração Portuária, que possibilitaram avançar com o processo e concretizar este sonho dos vianenses, bem como dos projetistas e colaboradores da Administração Portuária e da Autarquia.
Estão criadas as condições físicas para crescimento e a diversidade funcional do porto, favorecem o seu posicionamento logístico-portuário, favorecendo a forte ligação do porto de Viana do Castelo ao seu hinterland regional, valorizando o posicionamento futuro do porto nas mercadorias, na construção e reparação naval e nos navios de cruzeiros.
A aposta no Cluster do Mar do nosso país conjuga-se com a diversidade de valências que o porto de Viana do Castelo atualmente oferece na pesca, porto comercial, construção e reparação naval, náutica de recreio, aquicultura, energias renováveis.
Foram finalmente resolvidos dois fatores críticos de sucesso do porto de Viana do Castelo:
As acessibilidades marítimas, com o rebaixamento dos fundos, permitem que os atuais Estaleiros Navais de Viana do Castelo a WEST SEA, possam potenciar ainda mais a reparação e construção naval em navios de maior porte, complementando desta forma o bom trabalho que vêm desenvolvendo na construção e reparação e potenciando mais investimento, mais emprego e mais exportações;
Este rebaixamento pode também favorecer a exportação das pás eólicas da ENERCON diretamente do Cais do Bugio;
As acessibilidades rodoviárias potenciam o perfil exportador do porto de Viana do Castelo e favorecem a atratividade deste para outros fluxos de mercadorias que até agora não eram competitivos;
A nova acessibilidade rodoviária do porto de mar vai também contribuir para a qualidade de vida e a segurança dos darquenses e dos cidadãos da margem sul do rio Lima, que vão deixar de ter o trânsito pesado a circular dentro dos seus perímetros urbanos.
Graças ao seu trabalho do Primeiro Ministro António Costa e da sua equipa governativa, estamos também a melhorar e a perspetivar um incremento muito positivo nos fatores de competitividade de Viana do Castelo e do Alto Minho – modernização / eletrificação da Linha do Minho, acessos rodoviários e marítimos ao porto.
É justo reconhecer que, nestes últimos anos, Viana do Castelo e o Alto Minho recuperaram décadas de atraso na concretização de projetos e obras essenciais para o seu desenvolvimento económico e para poder ambicionar ter um papel mais ativo na competitividade desta euro-região norte de Portugal- Galiza.
Estamos certos de que estas novas realidades irão contribuir para um acréscimo na atividade industrial, comercial, empresarial e turística do Alto Minho, tal como há 140 anos a ponte Eiffel e a chegada do Caminho de Ferro transformaram profundamente a realidade sócio-económica e cultural de Viana do Castelo e do Alto Minho.
(*) Presidente da Câmara de Viana do Castelo
(Subtítulos da responsabilidade da Redacção)