Não posso falar das Festas da Agonia sem referenciar o grande poeta Pedro Homem de Mello, que tanto poemou Viana e as suas gentes: “Embarque” é, muito certamente, o poema mais conhecido deste grande e fidalgo poeta, e o mais popular. Além de tudo, o título por que hoje é mais conhecido, “Havemos de ir a Viana”, era, originalmente, “Embarque”, poema muito interpretado por Amália Rodrigues. Eis a versão de Amália e que o povo canta:
“I – Entre sombras misteriosas,
em rompendo ao longe estrelas,
trocaram as nossas rosas,
para depois esquecê-las!
Refrão: Se o meu sangue não me engana, como engana a fantasia,
havemos de ir a Viana,
ó meu amor de algum dia,
ó meu amor de algum dia,
havemos de ir a Viana,
se o meu sangue não me engana,
havemos de ir a Viana.
II – Partamos de flor ao peito,
que o amor é como o vento,
quem pára, perde-lhe o jeito,
e morre a todo o momento.
Refrão
III – Ciganos, verdes ciganos,
deixai-me com esta crença,
os pecados têm vinte anos,
os remorsos têm oitenta”.