Plano Ferroviário Nacional

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É com todo o gosto que respondo ao honroso convite que me foi dirigido pelo Senhor Diretor do Aurora de Lima para nestas páginas inserir algumas reflexões sobre temas que podem interessar ao Desenvolvimento de Viana do Castelo, cidade que há mais de 50 anos assumi como se fosse minha.

Pela importância estruturante que ele possa ter para o devir do nosso país, selecionei como primeiro tema a abordar o Plano Ferroviário Nacional, sob a forma de comentários aos mais determinantes vetores que o enformam.

Plano que terá, e já está a ter, as suas negativas repercussões no Alto Minho como um todo e, em particular, em Viana do Castelo.

Fá-lo-ei, se me for permitido, em 3 ou 4 sucessivos números deste jornal.

Esboço de Plano Ferroviário Nacional (PNF) 2022

Antes de mais porque lhe chamo um esboço de PNF?

Porque é o próprio documento no seu ponto 1.2.3 que nos diz:

“Planeamento dos Investimentos na Rede Ferroviária – O Plano Ferroviário Nacional – NÃO TEM UMA CALENDARIZAÇÃO subjacente dos investimentos na expansão e na melhoria da rede ferroviária que aqui estão previstos. “

Ou seja, é na sua globalidade um conjunto de ideias que poderão vir a concretizar-se nos próximos 28 (vinte oito) anos.

Face à velocidade em que a “mudança” nas mais variadas áreas do conhecimento e da vida acontecem, três décadas para implementar um Plano Ferroviário é o mesmo que dizer que as opções nele contidas estão desfasadas da realidade e do tempo.

Percebendo que a ferrovia é um importante elemento para a descarbonização ambiental, fácil é concluirmos que para haver recursos financeiros para o seu desenvolvimento, é necessário que a economia dê o seu essencial contributo, o que vezes sem conta esbarra de frente com “fundamentalistas ambientais” que não entendem este trade-off.

Assim, a minha atenção prender-se-á basicamente sobre três pontos:

1º – A Alta Velocidade, as chamadas LAV’s – Lisboa / Porto e Braga / Valença.

Que o documento assume como:

“A construção de uma nova Linha de Alta Velocidade (LAV) entre o Porto e Lisboa revela-se como o primeiro investimento transformador na rede ferroviária nacional e que se estabelece como base fundamental para o desenvolvimento futuro da rede previsto no Plano Ferroviário Nacional”.

2º – A DENSIFICAÇÃO da Rede Ferroviária.

3º – A INTEROPERABILIDADE da Rede Ferroviária.

Complementarmente uma abordagem à situação da Linha do Minho no contexto deste Plano, pela simples razão da sua proximidade ao meu espaço de residência e ao meu interesse no desenvolvimento sub-regional.

Nota: No passado nº 43 da “Aurora do Lima” o Eng.º André Lousinha escreveu um texto sob o título “… Linha do Minho e o Futuro”, com o qual, gostaria de registar, me identifico nas ideias essenciais.

Virgílio Dias

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