Permitam-me iniciar esta crónica com esta analogia: nascido numa cidade onde o mar reflete, por um lado, seriedade e delicadeza para os vianenses e, por outro, agitação na medida em que se trata de um povo inquieto, que face às suas tradições locais tão profundas, anseiam destacar-se com orgulho as suas raízes pelo mundo fora, o Grupo Local de Viana do Castelo que, há 25 anos, foi constituído de forma digna como o mar, para defender intransigentemente os Direitos Humanos de todos e em todas as latitudes do globo, reforçando o compromisso de que deve ser assegurado pelas nações amantes da paz, tem como missão, também, agitar a consciência de cada um de vós, como mote para impedir o alastrar da distopia e da desumanidade que, infelizmente, continuam a emergir e a querer consolidar-se com significado por todo o mundo.
Na minha opinião esta analogia parece-me, de facto, curiosa: a partir do momento em que a linguagem de direitos é empregada, deve-se atender ao rol de direitos independe das diferentes escolhas de cada comunidade, de diferentes estilos de vida ou de recursos disponíveis, tal e qual como a preocupação que temos diariamente em respeitar as diferentes marés. Em Viana do Castelo, o movimento dos Direitos Humanos luta juntamente com as várias instituições/associações e autarquia da Cidade, através de uma consciência coletiva, na defesa e respeito pela identidade do outro e no garante da igualdade para todos.
A Amnistia Internacional é um movimento global que conta com mais de 7 milhões de pessoas em mais de 150 países e territórios, que acredita que a violação dos Direitos Humanos são da responsabilidade e problema de cada um de nós, e como tal, luta para pôr fim a esses abusos. Não se iludam, porque este movimento é independente de qualquer Governo, ideologia política, interesse económico ou religião pelo que é financiado pelas quotas dos associados e por doações. O objetivo é básico: criar pressão junto dos governos, entidades políticas, grupos intergovernamentais, exigindo que seja feita justiça para aqueles cujos direitos tenham sido violados.
Faz-me sentido que percebam que as Estruturas Operacionais são grupos de ativistas, membros da Amnistia Internacional Portugal, que localmente, se inspiram pela esperança de um mundo melhor, mas que indignados desenvolvem atividades de sensibilização, manifestações de rua, campanhas online/offline de solidariedade internacional, entre outros.
Estamos perante desafios e as ameaças que perturbam claramente a nossa convivência comum e que têm um potencial disruptivo da estabilidade das nossas vidas, transformando a nossa identidade pelo que temos, juntos, investido nesta missão.
Neste ano atípico, comemoramos os 25 anos de existência do Grupo Local. Não posso terminar sem reforçar que a missão e os valores defendidos pela Amnistia Internacional são princípios que se pretendem universais e da responsabilidade de cada um de nós! Nesse sentido apelo à mobilização e à adesão da comunidade local às atividades promovidas pelo Grupo, com vista a construção de uma sociedade mais digna e justa!
Para terminar, enquanto timoneira do barco, um agradecimento especial àqueles que têm tantos anos de movimento quanto o movimento tem de si, acreditando na sua coerência com os princípios gerais dos Direitos Humanos.
Andreia Brito
Coordenadora do Grupo Local de Viana do Castelo
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