Porque é que Costa nunca fará uma reforma

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Joao Cerqueira

Uma reforma económica é como uma quimioterapia. Antes de produzir resultado, quase mata o doente. Antes de haver crescimento económico, há desemprego. Muito. É por isso que ainda hoje Margaret Thatcher é detestada por uma parte dos ingleses – mas admirada por uma parte muito maior. E foi também por isso que a Inglaterra no início dos anos oitenta, até então um país estagnado e com greves constantes, começou a ultrapassar a França de François Mitterrand que apostou na estatização da economia. E a França nunca mais apanhou a Inglaterra. Hoje, os emigrantes e os refugiados preferem os salários ingleses aos franceses. Estes últimos, fogem pelo túnel do canal da Mancha da França para a Inglaterra. Esta é a realidade e, se ainda houvesse dúvidas, aí estão os jovens portugueses qualificados a emigrar em massa para a Inglaterra e a Irlanda.

As reformas económicas liberais dão resultado, mas, os Governos que as fazem, arriscam perder as eleições. É o Governo seguinte que colhe os louros. Na Alemanha, o Governo SPDVERDES fez essas reformas que impulsionaram a economia. Mas perdeu o poder para a CDU de Angela Merkel – que obviamente prosseguiu as reformas.

É por isso que António Costa não fez, nem nunca fará nenhuma reforma da economia portuguesa que liberte o país da estagnação dos últimos vinte anos. Tal como o Presidente da República, o Primeiro-Ministro governa para as sondagens, para se manter no poder. Não quer contestação nas ruas. Não quer perder as eleições. Não quer fazer o trabalho de sapa cujos louros seriam depois colhidos pelo PSD. Além disso, o PS actual – controlado por Pedro Nuno Santos – não tem nada a ver com o PS de Mário Soares e António Guterres. É um PS Bloco de Esquerda que prefere a estatização da economia ao mercado – a nacionalização da TAP.

Como tal, o Governo não fará as reformas que os países que nos ultrapassaram fizeram. Garante o poder, sim, mas hipoteca o futuro.

Todavia, isto não significa que quando PSD regressar ao poder tais reformas sejam feitas.

Quem terá coragem para as fazer?

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