A direção desta sesquicentenária publicação convidou-me para quebrar o meu silêncio, de mais de duas décadas, sobre Viana e o Alto Minho.
Desde há muito que alguns amigos e familiares me instavam sobre tão prolongado silêncio. Respondia-lhes que, julgando já ter dado o meu contributo para o desenvolvimento da nossa região, a mais não seria obrigado no remanso da jubilação. Sem discordarem da justificação dada, apelavam a que ainda, pelo menos, podia contribuir para o enriquecimento do debate local e regional, ajudando a vivificar a sociedade que, para alguns, se apresenta anestesiada, parecendo adormecida e, até, por vezes, a ressonar…
Agora, quando se ouve dizer que muitos vianenses têm medo de falar e escrever e ao entrarmos em largo período de hibernação eleitoral autárquica, decidi aceitar o convite.
Sempre considerei as exposições sintéticas mais interessantes que as longas e fastidiosas análises. De facto, valorizo mais a “floresta” que a “árvore”. Na era da digitalização e neste periódico, será de esperar de mim textos curtos.
Nas terras europeias não lusófonas, onde passei grande parte da minha vida neste século, reforcei a importância do conhecimento do passado, a começar pelo mais recente, para a definição de políticas de desenvolvimento que desaguem em efetiva melhoria das condições de vida das populações. Não admirará, por isso, que, embora questionando o presente e perscrutando o futuro, a minha contribuição para o debate regional se alicerce no conhecimento das últimas décadas, particularmente de Viana.
Carlos Branco Morais