Andam os partidos políticos em manifestações eleitoralistas, procurando seduzir o Eleitorado, de cujos votos dependem os pregoeiros…
Em resumo resumidíssimo de tudo quanto apregoam, todos afirmam mais ou menos explicitamente: – “Votar em nós é acertar em cheio na melhor forma de servir a Pátria do Bem-Comum!”
Puxando todos pelos seus galões de provas dadas ao serviço de Portugal regenerado, ei-los arvorados em “salvadores da Pátria”! Os Eleitores, legitimamente ciosos do “Bem da Mãe-Comum”, querem honrar e agradecer com seus votos a quem mais contribuiu, mormente nos últimos dez anos, para salvamento do naufrágio em que a nossa Mãe-Pátria fora mergulhada por Alguém. Dizem uns: “Fomos nós mais que ninguém quem salvou o Náufrago”! Ripostam outros imediatamente: Mentira! Os salvadores fomos nós e mais ninguém!
Perante esta feira de pregoeiros, o Auditório, baralhado e confuso, como sempre, não sabendo bem destrinçar Verdade/Mentira, nem sempre por convicção profunda mas ao sabor de conveniências e pressões, lá vai votar – como é seu dever cívico – ou, em hipótese nada louvável, fica-se pelo voto em branco, ou – pior ainda – pela desolada abstenção.
Eu, humilde cidadão, sem vínculo partidário e sem vocação para política activista, amando, à minha maneira, mas a sério, a Mãe-Comum, recorro a uma imagem, para melhor me decidir acerca do título que escolhi para esta minha crónica. É inegável que, nos últimos dez anos, Portugal naufragou política, social, económica e financeiramente, por causa de desmandos responsáveis de Alguém! Sem saber ou poder nadar, o Náufrago mergulhou fundo no mar da tragédia !
Sensíveis aos apelos aflitivos da Mãe-mergulha-da e dos filhos alertados e chorosos, Valentes Filhos mais decididos, uniram-se, mergulharam fundo nas águas do naufrágio, trouxeram o Náufrago quase moribundo à tona das águas, prestaram-lhe os primeiros e decisivos socorros, reabilitaram-no durante anos com sacrifícios de todos e, se mais não fizeram, foi somente porque Outros se intrometeram para se arrogarem depois o direito a louros de salvadores… Trataram do Náufrago já salvo na praia… Não mergulharam fundo nas águas do Naufrágio…
Conclusão: saibam os Portugueses votantes, de olhos bem lavados, agradecer por seus votos a “Quem salvou o Náufrago”!