Reabilitação da Avenida General Humberto Delgado

Author picture

Atendendo à concretização da reabilitação urbana na Avenida General Humberto Delgado, em Viana do Castelo, foram os moradores e os cidadãos em geral, confrontados desde o dia 11 de Junho, com intervenções diversas de enorme constrangimento.

É que não obstante sucessivas manifestações de incómodos e atropelos junto da Câmara Municipal de Viana do Castelo, União de Juntas de Freguesia e Polícia de Segurança Pública, nada fazia prever que acontecesse sem qualquer sensibilização pública, mas principalmente questionarmo-nos do motivo que levou a eliminar a postura existente há quinze anos, revestindo-se, no nosso entendimento, apenas da necessidade e reforço da sinalética horizontal e vertical, alteração do modelo das passadeiras e quanto a abusos, a colaboração das forças de segurança que, mau grado nosso, têm escassos recursos para uma área operacional tão vasta.

Perplexos, já com um mês de ausência de qualquer passadeira, assistimos uma inqualificável actuação no domínio da prevenção e segurança rodoviárias, com particular subestimação e afronta ao peão face ao automóvel.

É que, pura e simplesmente, retiraram as principais passadeiras da Avenida, optando pela manutenção de outras duas já existentes nos topos superior e inferior, causando indignação e situações de perigo e risco eminente uma vez que as pessoas não as utilizam, por via do costume, das distâncias às referidas, da existência de portadas na unidade comercial e por comodidade, também. A este respeito importa sublinhar que também são os visados pessoas idosas e com dificuldade motora.

Por outro lado, a alteração das vias de circulação automóvel, um descendente e duas ascendentes, com proibição da entrada à esquerda para o Estação Viana Shopping e uma linha contínua obrigam dezenas de condutores a sobrepô-la, sem alternativa, porque outros condutores param, estacionam e vão continuar a fazê-lo se nada for acrescentado, e que julgamos muito difícil.

Os hábitos de dezenas de anos e a extemporaneidade das paragens, não se podem aferir a este ou aquele, mas aos visitantes e residentes que ocasionalmente ali se dirigem.

A alteração já demonstrou este último fim-de-semana o caos e atentado às regras de trânsito, conflitualidade e ainda utilização como de uma pista de velocidade se trate, com automobilistas a circularem vertiginosamente.

Mas muito se pode acrescentar, imagine-se ao Domingo, dias santos, feriados e festivos, quando o parque de estacionamento estiver completo, na avenida deverá assistir-se a engarrafamentos monumentais. Entre muitas outras questões, que se podem equacionar e levantar transtornos múltiplos, já que a actuação da P.S.P, salvo raras excepções, tem uma só patrulha destinada ao trânsito para as três freguesias urbanas, Viana, Areosa, Darque e Meadela. A este propósito, autuados os veículos que asfixiam a Avenida, aí permanecem o tempo todo e tudo se complica.

Não conseguimos entender o silêncio das autoridades, quando confrontados com eles e este sentido democrático.

A usurpação de passadeiras atinge um nível que julgávamos não existir e a sua consequência gravíssima. Os objectivos, acreditamos menos pensados, com intuito de melhoria, são assustadores e demarcam-se dos reptos e dinâmica da cidade em que todos gostamos de viver. O perigo não é dos peões, mas a velocidade e o mau estacionamento antes das passadeiras. Tudo o mais é compreensível e se atenua ou é factor crítico para intervenção da Polícia de Segurança Pública.

A Avenida General Humberto Delgado, se nada fizerem e ainda estão a tempo de recuar nas medidas, equiparar-se-á a uma via rápida, com particularidades díspares, ameaçadora da segurança e da tranquilidade que deve ser garantida sob alçada de uma verdadeira política de trânsito subjacente aos crescentes direitos dos peões e suas necessidades no interior dos sistemas urbanos europeus.

É, pois urgente aceitar a crítica, recolocar as passadeiras, reforça-las até, e avaliar o impacto restante.

Reabilitem, mas não desta forma!

 

Ilídio Brásio

Outras Opiniões

Os leitores são a força e a vida do nosso jornal Assine A Aurora do Lima

O contributo da A Aurora do Lima para a vida democrática e cívica da região reside na força da relação com os seus leitores.

Item adicionado ao carrinho.
0 itens - 0.00

Ainda não é assinante?

Ao tornar-se assinante está a fortalecer a imprensa regional, garantindo a sua
independência.