Porque vivem na dependência da Internet, não falta gente a considerar-se inteligente. Sim, é verdade que o surgimento da internet abriu portas ao conhecimento, jamais imaginadas, às pessoas, sendo hoje reconhecido que a vida de todos, no domínio da evolução cultural, deu um enorme salto. Contudo, infelizmente, as pessoas só viram o lado bom da internet, esquecendo o seu lado pior, que é o de reduzir a inteligência humana a um ritmo preocupante. Hoje, as pessoas habituaram-se a não pensar e criar, considerando isso uma perda de tempo, já que tudo se encontra na Net.
Sim, é verdade que a Net é um precioso auxiliar na procura da informação que pretendemos, com uma impressionante economia de tempo. Nunca como hoje o Ser humano teve tantas possibilidades de se informar e valorizar a sua cultura. Mas, sendo a inteligência o fator mais importante na vida das pessoas, não é a Net que faz de nós gente inteligente. O saber não faz um Ser criativo. O saber é fundamental na vida do Ser humano, porém, o saber não tem nada a ver com a inteligência. Até podemos ter conhecimento sobre um alargado número de coisas e ser pouco inteligentes. A inteligência assenta na capacidade criativa, no saber fazer, no ir mais longe na descoberta do que é importante para melhorar o mundo e fazer comunidades felizes.
Grandes cientistas, compositores, pintores, etc., são-no, fundamentalmente, porque apenas se dedicam ao que fazem, mas o mundo deles, em termos de criatividade, está reduzido ao que praticam e constroem, sendo muito prisioneiros da sua atividade e dispondo de uma inteligência pouco criativa, já que não saem do âmbito da atividade a que se dedicam. Não é fácil saber até onde é que podemos ir conduzidos pelo nosso cérebro, mas não é limitando a nossa ação à memorização de números e factos, nem rotinando atividades, que atingiremos os melhores patamares. O Ser humano tem que ser permanentemente criativo, só assim podendo atingir o limiar de uma inteligência produtiva.
Edgar Silva