O ser humano, ao longo da sua vida, tem várias fases para evoluir e fazer coisas maravilhosas. O problema é ele não querer aceitar as fases da mudança, que acontecem naturalmente enquanto ser vivo. Quais são elas? Em meu entender, a primeira, de zero aos vinte cinco anos, é a fase da aprendizagem; a segunda, de vinte e cinco aos cinquentas anos, é a fase da afirmação, aquela em que mostramos que conseguimos fazer; a terceira, para além dos cinquenta anos, aquela em que ninguém quer aceitar a idade que vai tendo, achando-se com idade a mais para pensar, agir e fazer coisas novas, na base de experiências adquiridas.
Para mim, essa é a fase mais bela da nossa vida. É a fase onde podemos experimentar todas as nossas experiências e sabedorias adquiridas aos longos dos anos. As pessoas têm que arrumar com o conceito de que são velhas para fazer isto ou aquilo ou que já não têm idade para se aventurarem a fazer coisas novas. É correto as pessoas assumirem que não é praticável fazer-se aos sessenta anos o que se conseguia fazer aos vinte cinco. É a lei da natureza, e temos que aceitar isso com naturalidade. Mas, porque já não temos idade para certas coisas, não devemos deixar de experimentar coisas novas, e encantadoras.
Não se deve dar ouvidos a alguém que nos diz que já não podemos fazer isto ou aquilo, porque estamos velhos. Se não estamos aptos, por razões físicas ou outras, a fazer o trabalho que sempre nos deu prazer, porque não reinventarmos coisas semelhantes que exijam menor aplicação ou, até, na base da nossa experiência, ensinar quem o faça, por vezes, até melhor do que nós? Importante é não assumir precocemente a velhice. Jamais nos livraremos dela, a não ser que a morte chegue cedo demais. Avançar na idade faz parte da vida. É uma realidade tão evidente que só nos sacrificámos e perdemos tempo a tentar contrariá-la.
Todas as fases da nossa vida são importantes, caro Leitor. Assuma isso como um conceito a ter permanentemente presente. Viva a vida! Não ouça quem quer ser velho precocemente.
Edgar Silva