Diz que será a última, mas não estamos muito em crer. Quem sempre se dedicou à escrita de forma aturada, que produziu livros (uma dúzia) sobre questões pertinentes, porque injustamente esquecidas; quem se devotou de alma e coração às tarefas em que se deixou envolver, com investigação intensa, procurando que nada lhe escapasse, porque não aceita escrever para pouco dizer, pois entende que o que se faz só é completo não escamoteando o essencial da informação, pois quem está nestas circunstâncias, tem dificuldade em deixar de lidar com a escrita.

Tem valorizado feitos, instituições e personalidades e, agora, escreveu sobre a sua terra, São Pedro de Deão. Claro, se escreveu sobre tudo e todos, estava em falta com o rincão em que nasceu. Fê-lo agora, algo tarde, talvez, mas mais que bem, para comprovar que o que vem tardiamente provém da sabedoria acumulada e, por isso, mais intenso.

Nada lhe escapou. Desde a fundação, com as diversas passagens pelo tempo, até ao presente, há um mar de vivências onde tudo se entrelaça, onde tudo se combina, onde tudo se harmoniza, que Inácio Rocha investigou para demonstrar que um povo, de maiores ou menores dimensões, pode construir uma comunidade adulta, entendida e feliz. E as comunidades têm usos e costumes, só possíveis com equipamentos que não dispensam; têm formas de estar, mais ou menos afastadas, mas que se interligam na base do respeito pela diferença; e têm culturas que, podem resultar da experiência da vida ou de formações académicas, mas que sempre se aliam para forjar unidades.

Inácio Rocha, Mestre em História Moderna, tudo explorou para conseguir o livro perfeito sobre São Pedro de Deão. Está de parabéns, por isso. O prólogo da obra é do Doutor Henrique Rodrigues, distinto Professor do IPVC e com vasta obra publicada, que faz o retrato perfeito deste trabalho exaustivo e completo de Inácio Rocha.