Só a paz nos sossega

Gonçalo Fagundes Meira
Gonçalo Fagundes Meira

“Por causa do dinheiro, há guerra no mundo inteiro”, sempre se disse, e com alguma verdade. Infelizmente, o dinheiro é o causador de quase todos os males que apoquentam as sociedades. E se há males que pelo seu baixo índice de malefícios são toleráveis, as guerras, pelas suas gravosas consequências, são inaceitáveis. Pelo número de vidas perdidas, recursos que se destroem e ódios que geram, por isso e muito mais, as guerras são a desgraça dos povos. Nas guerras só ganha a indústria do armamento e toda a estrutura que a suporta. Beneficiarão também os tiranos que se querem perpetuar no poder até morrer, satisfazendo endémicos recalcamentos mentais, mesmo que para isso tenham que montar redes de defesa, que mais não são do que estruturas do mal.

O mundo assiste, há já algum tempo, à criação de uma hipotética guerra, que tem como fator principal um país chamado Ucrânia, que até 8/12/1991 fez parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que, por sua vez, constituía com outros países de Leste o Pacto de Varsóvia (extinto em 31/03/1991), que tinha como objetivo estabelecer um contraponto à existência da NATO. Não vamos argumentar a favor de um ou outro lado, já que não é recomendável que o façamos neste espaço. Propomos apenas que, na base do que se vai conhecendo, cada leitor tire as suas conclusões. Mas temos aqui a obrigação de dizer que a guerra nunca foi nem será solução para nada. Este planeta que habitamos já tem demasiados problemas, a começar na sua sobrevivência, por causas há muito conhecidas, particularmente, as alterações climatéricas, o aumento populacional e a insuficiência de recursos para satisfazer as necessidades básicas de todos.

Quando afirmamos que se teima em criar uma guerra, fazemo-lo porque muito pouco se vem fazendo para a evitar, para além das ameaças e da exposição de argumentos, muitos deles com pouca base de sustentação. Não há virgens neste conflito. Sabendo-se que ninguém é dono de toda a verdade e que há da parte de todos argumentos mais e menos plausíveis, o que deve ser feito é negociar, abertamente e sem sofismas, entendimentos suficientes para fazer deste um mundo melhor, cada um com a sua visão, a sua forma de estar e os seus credos para alimentar. Não fazer isto, é apostar no confronto, arrastando-nos para uma tragédia que, em pouco tempo, pode levar à extinção completa deste espaço que habitámos. É isto e nada mais.

Bem dizia Aleixo (1899/1949): Quando os homens se convençam/que à força nada e faz/serão felizes os que pensam/num mundo de amor e paz.

 

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