Sons efémeros… Conceitos do momento…

Sidónio Ferreira Crespo
Sidónio Ferreira Crespo

O mais radical revolucionário tornar-se-á um conservador no dia seguinte à revolução”. Há bastante tempo, ao consultar um artigo numa revista da especialidade fixei esta citação, que se tem conservado na minha memória e que vai servir, agora, de introdução à presente crónica, na esteira da génese do mal. 

A maior e mais incrível liberdade da pessoa é o pensar. O existir e o pensamento são quase sinónimos. A pergunta que deixo colocada é o que leva um ser humano a praticar actos, de um momento para o outro, que vão contra a sua própria natureza?

Homens e mulheres de vidas honestas, muitos pais de família dedicados, mães cuidadosas, incapazes de maltratarem um animal são, no entanto, acusados de tomarem atitudes abomináveis, como, por exemplo, sequestros, roubos, tortura e morte. Povos com bom desenvolvimento cultural permitiram e colaboraram para que sistemas obscuros e crueis de denominação terrorista se tornassem vulgares como se a consciência individual e coletiva houvesse sido anestesiada. Em nome de um alto ideal, vidual e colectiva houvesse sido anestesiada. Em nome de um alto ideal, que é proclamado, tudo é permitido, sob a égide da obediência imposta, acentuadamente, pela força. 

Podemos observar na história humana, de tempos a tempos, como ondas malditas, o afloramento do mal, independentemente do grau de instrução das nações e das suas opções políticas. Morticínios em larga escala no horror do nazismo, nas lutas religiosas, nas revoluções a imporem cenários ditatoriais, ladeando, totalmente, a vontade democrática das gentes. 

Para que o mal domine uma nação, primeiro, por norma, torna-se necessário, a fim de criar a baixa estima do povo, que contra a sua vontade, diariamente, sejam difundidas informações, de forma fraudulenta, a partir de certas cúpulas mandantes. Promover que a educação seja aviltada pela desvalorização dos professores, bem como que o trabalho dos homens e das mulheres seja escravizado, além de dar estímulo aos prazeres fugazes trazidos pelo consumo do álcool e outras drogas, consubstanciados pelo sexo. Num processo destrutivo deste calibre a capacidade de julgar de cada individuo fica entorpecida e não se vê na sua auto estima. Não vai pensar por si. Vai obedecer. Nestes sistemas os dirigentes tudo podem. São como iluminados messias. Subornar, roubar, desvirtuar, negociar, corromper, destruir instituições e pessoas ou grupos que se lhes opõem. Tudo tem cabimento por uma causa maior apregoada, porque ninguém deve contrapôr-se ao coletivo. A democracia, o livre pensar, a imprensa sem ser controlada, serão, então, fortes barreiras para uma burguesia que não quer perder as suas benesses e o seu domínio sem limites. 

Nota: Esta crónica, por vontade do autor, não segue a regra do novo acordo ortográfico. 

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