Tempo de antena político nas televisões é só para amigos

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Há mais de um mês que temos os partidos com representação no parlamento mais o CDS sem qualquer representação, a realizarem campanha eleitoral com horas e horas de tempo de antena, a fio, nas televisões portuguesas. Paulo Portas teve tempo para difundir a sua teoria matemática vantajosa de existir uma coligação em horário nobre, convencendo o PSD e comentadores da nossa “praça”, salvando assim, o CDS da extinção e sendo pago ao mesmo tempo para isso, a “peso de ouro” pela TVI. Simultaneamente a este espaço de comentário político e estratégia partidária ao domingo, Nuno Melo, Paulo Núncio, Lobo Xavier e companhia do mesmo partido sem qualquer representação parlamentar participaram em quase todos os programas políticos televisivos: expresso da meia noite, telejornal da noite, etc., etc..

O critério das televisões para a participação de protagonistas políticos nos programas televisivos deixou de ser a pertença a um partido com representação parlamentar e passou a ser, penso eu, os contactos privilegiados que cada protagonista político tem junto da direção e edição política de cada canal televisivo. O problema é que os canais televisivos estão desta forma a prestar um péssimo serviço ao país quando por exemplo um partido como o “Nova Direita” é aprovado pelo Tribunal Constitucional e as televisões não referem sequer nos telejornais, nem em qualquer canal este facto que é um ato de cidadania e de criação de mais uma opção política para o cidadão comum. O mais caricato é que esta semana, nos telejornais, deparei-me em horário nobre com toda a informação política sobre Hong Kong e com reportagens sobre o sistema partidário em Taiwan, mas sobre a criação de um partido em Portugal as referências televisivas foram totalmente inexistentes… 

Num ano em que se comemoram 50 anos de democracia, esta atitude de censura política televisiva, leva-me a pensar que se tivéssemos em 1974, há 50 anos atrás, seria completamente inimaginável, mesmo só com um canal de televisão, deixar passar em branco, a criação de um partido político em território nacional. Esta conjuntura política e mediática que vivemos no nosso país leva-me a crer que esta democracia é verdadeiramente musculada e debilitada de Liberdade…

Sinais da proximidade da vinda de uma IV República?

Talvez…

Paulo Freitas do Amaral

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