Qualquer moeda, de aspecto, feitio e valor variáveis, teve sempre e continua tendo hoje duas faces: verso e anverso. Na primeira face, aparece o valor pecuniário dessa moeda, enquanto que, na face oposta – anverso – aparece normalmente uma efígie de personagem ilustre, ou outro símbolo figurativo ou patriótico. Feita de matéria-prima variável, ouro, prata, platina, cobre, etc.), essa moeda vale o que vale tendo em conta as duas faces. Por vezes, o seu valor assenta sobretudo no anverso (uma “libra rainha Vitória” não é uma libra qualquer)…
Feita esta singela introdução crónica, permita-se-me o recurso a uma metáfora, para comparar a “tragédia Beira-Moçambique” a uma moeda com duas faces – ciclone e socorro mundial – qual deles o mais expressivo e impressionante…! São duas faces eloquentes: uma pelo negativismo da destruição (mortes, aflição, fome, horror, lágrimas, desespero, gritos de angústia, que cortavam corpo e alma de quem observava… outra face da metafórica moeda, pelo contrário, muito mais positiva e nada menos sugestiva (Continentes, Nações, Instituições sociais, Pessoas, todos irmanados na Compaixão, Solidariedade, Caridade, Amor fraterno, incansável no auxílio, afetivo e efetivo, prestado com generosidade e heroísmo, às Gentes de Moçambique, que tanto sofrem e sem culpa de provocadores…! Que beleza de espectáculo – aquele de Solidariedade humana, contrastando com o negativismo da destruição de pessoas e bens ! Ao inverno do vendaval sucedia a primavera da alegria e esperança…!
Misteriosa – não te parece, Leitor?! – esta moeda-humana com duas faces do Sofrimento e da Compaixão fraternal ! O BEM e o MAL são dois contendores à porfia ! Não consigo explicar o “porquê?” desta contenda…!
Confio e espero, porém, que a Humanidade vai caminhando lentamente para uma meta de paz, amor, ventura, porque, guiada por imperscrutável Providência, não perderá jamais a Esperança inata de lá chegar !
A DOR e o Sofrimento terrestres já começam, aqui, a serem suavizados por todos quantos se sentem irmãos, revigorando sempre o exemplo inesquecível do “bom Samaritano evangélico”…!