“Viana Abraça”

Gonçalo Fagundes Meira
Gonçalo Fagundes Meira

Na década de 1960, na qualidade de membro da Assembleia Municipal de Viana, integrei uma comissão de estudo e acompanhamento na instalação de um aterro sanitário para servir o espaço do Vale do Lima e Baixo Cávado. Tratou-se de um processo nada pacífico. Somos todos muito ecológicos mas ninguém quer um depósito de resíduos próximo do local onde vive. Assumimos que os lixos devem ser convenientemente tratados, mas sempre longe da nossa porta. Se é!

Para além dos protestos, a favor do ambiente, a instalação dos aterros sanitários em todo o espaço nacional acabou por ser uma realidade, terminando com as centenas de lixeiras a céu aberto que povoavam o país. Particularmente a partir deste grande salto ecológico, as questões ambientais, em boa medida, passaram a ter uma atenção redobrada em Portugal. Tinha mesmo que acontecer, porque, apesar das questões ecológicas estarem diariamente em agenda, o mundo, em relação a um futuro longo, já terá muitas dificuldades em preservar este espaço planetário que habitamos.

Contudo a política pró-ambiente mexe-se e multiplica-se. Por exemplo, as medidas com a finalidade de redução e tratamento dos lixos, par de tantas outras ações, estão na ordem do dia. Viana não fica para trás e, presentemente, abraça também a prática da compostagem, numa tentativa para reduzir a colocação de resíduos no aterro sanitário e fazer de parte destes um bom fertilizante para a terra.

Enquadrada no âmbito dos Serviços Municipalizados, uma equipa de jovens, prestáveis e simpáticos, como é próprio de grande parte da juventude, está no terreno a prestar esclarecimentos e a fazer a entrega gratuita de baldes para depósito de tudo o que sobeja da nossa alimentação e posteriormente fazermos o seu encaminhamento para um contentor estanque próximo. Daí resultará então o composto de enriquecimento dos solos, em substituição dos fertilizantes convencionais, conhecidamente nocivos para a natureza.

Depois, a cada euro poupado com a compostagem de resíduos orgânicos, o Município adiciona outro tanto, sendo todo o proveito canalizado para instituições de solidariedade social local. Também aderi à iniciativa. O contentor até está um pouco afastado do local onde moro, mas tal não constitui problema. O planeta merece algum sacrifício e a iniciativa, como tantas outras do género, deve ser acarinhada com o nosso apoio.

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