Viana do Castelo: lojas fechadas e ruas desertas

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A associação comercial, em 1990, pedia à câmara vianense que não permitisse “a instalação de qualquer grande superfície comercial no concelho”.

Não podendo satisfazer este pedido, a autarquia incitou os comerciantes a serem, eles próprios, a fazer do centro histórico um verdadeiro “mercado a céu aberto” e a instalar no concelho a primeira grande superfície, como já estava a ser feito em algumas cidades europeias. Mas, dois anos depois, a associação limitava-se a contestar a câmara por esta admitir a instalação de uma superfície comercial em S. Vicente, na Meadela.

Viana não podia ser a única capital de distrito sem uma grande superfície. A autarquia defendeu os interesses coletivos, quanto pôde, com a imposição de contrapartidas legais admissíveis, incluindo a cedência gratuita de terrenos para o novo quartel dos Bombeiros Municipais. Concluídas as obras, foi emitido o alvará de utilização e o Modelo/Continente abriu, pouco antes do Natal… e das eleições de fins de 1993!

Os opositores políticos mobilizaram alguns comerciantes e seus clientes contra a reeleição do executivo camarário… e conseguiram-no, por poucos votos!

As câmaras constituídas ou apoiadas por aqueles opositores, no entanto, permitiram a instalação de um centro comercial, no centro da cidade, e de mais dez superfícies comerciais, no concelho, enquanto a população decrescia e empobrecia e muitas lojas iam fechando portas, por falta de clientela.

E, agora?

Agora, não se queixem de que, encerrados os serviços públicos, as ruas da cidade fiquem desertas!

Carlos Branco Morais

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