Viana na vanguarda da cooperação Galiza-Norte de Portugal

Carlos Branco Morais
Carlos Branco Morais

Em 1990, o Minho e a Galiza ainda eram, na expressão de um dos maiores poetas monçanenses e antigo colaborador deste semanário, como “dois namorados” que o rio Minho trazia “separados quase desde o nascimento”.

Apesar da adesão conjunta de Portugal e Espanha à União Europeia, tanto o governo de Lisboa como o de Madrid continuavam a olhar com desconfiança para aquele “namoro”. Por isso, embora assente na equidistância de Viana ao Porto e a Vigo, a assunção da Galiza como um dos vetores da política supramunicipal vianense foi considerada, por alguns, como uma ousadia de lesa-pátria.

As boas relações da Câmara Municipal com o Governo de Portugal e a Junta da Galiza, especialmente com os seus líderes, colocaram Viana no centro da intermediação entre eles, de que resultaram melhorias na sua cooperação, com benefício tanto para portugueses como para espanhóis.

A cooperação luso-galega, incentivada por Viana, processou-se em duas vertentes complementares: a transfronteiriça do vale do Lima, com a “Límia”, e a inter-regional, com o “Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular”. 

A “Límia” foi pioneira na cooperação transfronteiriça, hoje intensificada e alargada a toda a fronteira luso-espanhola. O Eixo Atlântico foi instituído por 13 municípios (7 da Galiza e 6 do Norte de Portugal) entre as quais o de Viana, por escritura celebrada, em 28 de setembro de 1992, em Santa Luzia, na presença do Presidente da República. 

Alargado, agora, a outros 26 municípios, o Eixo continua a fomentar a cooperação entre espanhóis da Galiza e portugueses do Norte.

Na pessoa da atual presidente, a alcaidessa de Lugo, felicito todos os membros do Eixo Atlântico pelo 30.º aniversário da sua instituição, em Viana.

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