A Associação para a Defesa, Estudo e Divulgação do Património Cultural e Natural (ASPA), criada em 1976, sob o manto protetor da Universidade do Minho, foi recentemente bem tratada na imprensa, a propósito do falecimento de um dos seus fundadores. A ASPA bracarense e o Centro de Estudos Regionais (CER) vianense constituíram-se quase na mesma altura, com objetivos semelhantes. E, ao longo de mais de quatro décadas, estas instituições, de manifesta utilidade pública, marcaram a paisagem da defesa do património cultural e natural do Minho.
O CER, na defesa do património cultural, ambiental e socioeconómico do Alto Minho, e a ASPA, na salvaguarda do património histórico e arqueológico da “Bracara Augusta”, ombrearam entre si na prossecução dos seus fins. E se a ASPA se vangloria de ter lutado pela preservação do Mosteiro de Tibães e de publicar a “Mínia”, o CER também se pode orgulhar de ter contribuído para a reconversão do Mosteiro de Refoios em Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico do Alto Minho e de continuar a editar os “Estudos Regionais”.
Ao longo dos séculos, as relações entre Braga e Viana foram quase sempre boas, embora “ensombradas” pelo reconhecimento da primazia daquela urbe nos planos religioso, político e sociocultural.
No fim dos anos 60, após uma exibição de folclore areosense, em Santa Luzia, o presidente da câmara bracarense, olhando para o estuário do Lima, lamentou que Braga não tivesse “o mar, o porto e… a beleza de Viana”. E concluiu a confidência com: “mas a beleza não se põe na mesa!…”
Não esqueci a lamentação e continuo a concordar que, para ousarmos ombrear com Braga, temos de “dourar” a beleza de Viana com o crescimento da cidade e o enriquecimento dos vianenses de todo o concelho!