O porto de Viana

Carlos Branco Morais
Carlos Branco Morais

Viana deve muito do que foi – e ainda é – ao seu porto da foz do Lima. Deve ao ancoradouro do estuário a sua fundação, em 1258-1262, por desanexação de Vinha, hoje Areosa. Deve à atividade comercial-marítima e piscatória muito do seu crescimento, até ao século passado. E continua a dever à construção naval e outras atividades industriais e turísticas, potenciadas pelo porto de mar, parte do seu desenvolvimento, nas últimas décadas.

As obras de ampliação e modernização do porto, nos anos 70 e 80, melhoraram a sua acessibilidade marítima, alterando o leito natural do Lima no seu troço final, e dividiram o interior do porto em dois conjuntos: o do Norte, formado pela marina, doca de recreio, antiga doca comercial, doca de pesca e área vocacionada para trabalhos de construção e reparação naval; e o do Sul, com a nova doca comercial.

Nos anos 90 a estratégia de transformar Viana e o seu concelho em área de maior densidade populacional e industrial passou, também, pelo porto da foz do Lima, que se pretendia viesse a ser um importante porto de cabotagem europeia. 

Logo em 1990, se reconhecia que era difícil imaginar um porto ao qual o caminho de ferro não chegasse em boas condições de operacionalidade. Assim, no Plano Diretor Municipal de 1991, as acessibilidades rodoferroviárias foram devidamente consideradas, definindo-se espaços-canal para a sua construção, incluindo o itinerário rodoviário, desde a nova doca comercial, pelo vale do Neiva, até Braga, e o caminho de ferro para a estação de Darque.

Infelizmente, nos últimos anos, aqueles projetos de investimento foram abandonados. Agora, a abundância de fundos parece viabilizar a execução daquela rodovia e a conexão do porto de Viana com a ferrovia.

Mais vale tarde que nunca!

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