Saber resistir sem pânico

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É penoso falar recorrentemente no estado pandémico que vivemos, mas torna-se obrigatório fazê-lo, porque o desafio que temos pela frente é demasiado grave, sem que se saiba como enfrentá-lo com a eficácia devida. Desde que o problema surgiu, quase nada se aprendeu para o saber contornar; e mesmo em relação a medidas preventivas pouco se avançou. Temos o caso concreto das máscaras, que começaram por ser consideradas pela OMS de eficácia duvidosa, mas que hoje têm praticamente carácter de uso generalizado e obrigatório em todo o mundo. Contudo, é bom lembrar que o Bastonário da Ordem dos Médicos em Portugal há muito tempo vinha dizendo, sem que lhe fosse dada a devida atenção, que o uso da máscara em espaços públicos deveria ser impositivo.

Do que parece não haver dúvidas é que estamos perante um vírus altamente contagioso e de graves consequências, especialmente para pessoas portadoras de doenças graves e de idade avançada, que pode levar ao colapso dos sistemas de saúde e arrasar as economias de cada país, com graves consequências para os mais carecidos.

Não faltam críticas, algumas impiedosas, às políticas que vêm sendo adotadas no combate a este mal que nos atormenta. É obvio que nem tudo corre bem e muitas vezes fica a ideia de que quem gere a crise não sabe como caminhar, mas, observando o mundo, não temos razões para nos envergonharmos do nosso desempenho. E criticar acidamente em matéria tão delicada não abona muito quem o faz. Boas propostas para minimização deste drama é o que mais necessitamos, mas por aí não se vê ninguém caminhar, já que o problema é demasiado sério e de poucas soluções. Daí que se compreenda o comentário feito pela diretora Geral da Saúde no Parlamento, quando afirmou que era antipatriótica a apreciação negativa e pouco fundada, que regularmente acontece naquele lugar. Os deputados não gostaram, mas ninguém está acima da crítica, especialmente quando ela é certeira.

Entre incertezas e realidades, para não agravar a situação, para além do que vem sendo feito, cabe-nos assumir cada vez melhor a nossa parte, adotando o máximo de prevenção, que infelizmente passa por socialização mínima, mesmo agora que até temos o Natal à porta. É custoso, mas o abatimento psicológico não é o caminho indicado para a difícil resistência que temos que manifestar a uma anormalidade que está para durar.

 

 

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